Por que eles fazem sexo oral nelas? Motivo inesperado surge em pesquisa
Sexo oral, embora seja uma prática sexual comum, não é uma unanimidade. Há quem sinta muito tesão em praticá-lo, mais ainda por ver a parceria se excitar, há quem faça só para agradar e há os que não fazem, por nojo, receio de contrair IST ou preguiça.
Mas uma pesquisa recentemente publicada demonstrou que há mais um motivo, esse apoiado na teoria evolucionista: uma tática de retenção da parceria.
O estudo revelou uma faceta interessante da dinâmica sexual em relacionamentos heterossexuais: homens comprometidos tendem a praticar mais sexo oral em suas parceiras como uma estratégia para fortalecer o vínculo e garantir a continuidade da relação. O estudo, que contou com a participação de 540 homens, sugere que esse comportamento está relacionado ao valor percebido do parceiro romântico e à necessidade de assegurar a satisfação sexual da parceira.
De acordo com os resultados, homens que atribuem um menor valor a si mesmos como parceiros românticos são mais propensos a realizar sexo oral em suas parceiras. Essa prática é vista como uma forma de compensação e uma maneira de aumentar a satisfação sexual da parceira, garantindo assim a estabilidade do relacionamento.
Em outras palavras, esses homens utilizam o sexo oral como um recurso para se destacarem e evitarem que as parceiras se interessem por outros homens.
Os pesquisadores aplicaram uma escala de valor, contendo diversas características consideradas importantes em um parceiro romântico, como atratividade sexual, envolvimento emocional, senso de humor, gentileza e compreensão, saúde física, status profissional e financeiro e inteligência. Os pesquisados atribuíam valor tanto às parceiras como a si mesmos.
Depois correlacionaram com a prática do sexo oral no relacionamento. Homens que se percebiam com menos atributos desejáveis, de acordo com essa escala, tendiam a se engajar mais na prática de sexo oral, possivelmente como um esforço consciente para aumentar sua relevância na relação.
Na verdade, a cunilíngua é uma ferramenta eficaz para fornecer satisfação sexual a uma parceira, já que mulheres que recebem sexo oral são mais propensas a ter orgasmo durante um encontro sexual em comparação com aquelas que não o fazem.
Além disso, homens que induzem o orgasmo de suas parceiras são percebidos como significativamente mais masculinos. Consequentemente, os homens podem se envolver em sexo oral para aumentar sua importância aos olhos de suas parceiras, reduzindo assim a discrepância de valoração que eles acham que existe entre eles.
Embora esse estudo especificamente tenha sido feito com homens, pesquisas anteriores com mulheres demonstraram que o sexo oral é também uma estratégia de comportamento de retenção de parceiros.
É bom reforçar que a pesquisa foi realizada na Polônia, onde segundo os autores o sexo oral não é um tabu, e a carga de patógenos é relativamente baixa - o que pode influenciar a vulnerabilidade percebida a ISTs e a sensibilidade ao nojo - motivações que afetariam potencialmente as práticas de sexo oral.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de replicar estudos semelhantes em outras culturas, já que a prática do sexo oral pode estar associada a fatores como sociosexualidade, religiosidade e traços de personalidade.
Será que homens altruístas, amáveis e conscientes estariam mais inclinados a fornecer esses benefícios independente da estratégia de retenção? Pensando em cultura brasileira, o quanto o machismo influencia a escolha consciente ou inconsciente de se preocupar com o prazer alheio?
A conclusão do estudo nos faz pensar o quanto a superestima pode tornar as pessoas menos propensas a pensar na satisfação alheia, o que não é uma boa prática para quem está em relações longevas.
Nem baixa estima, nem a arrogância de alecrins dourados e rainhas da porra toda ajudarão no equilíbrio de ser uma parceria interessante e interessada ao longo da vida. Fica a dica para 2025!
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