Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Como Douglas, do 'BBB', não temos obrigação de ensinar quem nos oprime
A edição deste ano do "BBB", como todas as outras recentes, tem pautado reflexões e discussões interessantes na mesa de bar virtual que são as redes sociais.
De partida, logo de início, uma conversa entre Douglas Silva, agora "DG", e Rodrigo Mussi, já eliminado, me chamou a atenção. Em um papo sobre questões raciais e outros temas relacionados aos grupos sociais minorizados, Rodrigo mencionou que queria aproveitar a oportunidade do programa, e de estar perto de um pessoa como Douglas, para "aprender" coisas que não aprende em sua "bolha".
DG, por sua vez, de uma forma atenciosa sugeriu que "ensinar" não é uma responsabilidade sua. Que cada pessoa, sobretudo pessoas adultas com acesso, têm que buscar por si as informações que lhe faltam. E é sobre isso que quero escrever na coluna de hoje.
As pessoas pretas, LGBTQIAP+, gordas, etc, não estão a serviço. Não estão aqui para servir a branquitude, a cisgeneridade, as pessoas "padrão".
Há uma arrogância impressa na ideia da supremacia dessas pessoas que acham que esses outros grupos devem sempre estar à disposição para ensinar, educar, informar e corrigir.
Como diz uma amiga minha: estar disposta não é o mesmo que estar à disposição.
Então, tem quem queira ensinar, educar, sim! Tem quem faça disso uma causa, uma missão, um trabalho — eu sou uma delas —, mas tem quem não esteja disposto, quem não se sente obrigado (porque não é mesmo) ou que já rompeu com a ideia de que quem sofre opressão precisa continuar servindo o opressor — não mais.
Então, se você quer ser menos racista, menos homofóbico, bifóbico, transfóbico, menos gordofóbico, etc, comece entendendo que ninguém está à sua disposição e que ninguém é obrigado a te ensinar absolutamente nada.
O mesmo Google que funciona pra mim, funciona pra você!
Tá certo? Tá certo!
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