Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Após 12 meses de pandemia, você já reviu seu conceito do que é ter sucesso?
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Na noite de domingo, Beyoncé ganhou quatro estatuetas do Grammy Awards e se tornou a mulher que mais vezes venceu o prêmio mais importante da música ao receber seu 28º gramofone. Com mais de 169 milhões de seguidores no Instagram, prêmios, parcerias milionárias com marcas de moda, uma família apresentada como impecável, filhos lindos e seu nome mencionado nos quatro cantos do planeta seria Beyoncé um sinônimo para a palavra sucesso?
O que é sucesso pra você? Dinheiro, poder, inveja, luxo ou fama? Champanhe a qualquer hora do dia? Eu tenho a impressão que a imagem de sucesso construída pela sociedade está muito calcada no que a mídia apresenta pra nós. Grandes empresários construindo impérios, celebridades que não podem sair de casa sem que alguém os fotografe e faça qualquer comentário sobre seus passos.
Tenho refletido incessantemente sobre o que seria sucesso pra mim neste exato momento em que o planeta agoniza sem ar e nos obriga a repensar muitas das verdades absolutas que havíamos formado sobre nós, sobre a vida e sobre Beyoncé.
Percebi que estava perseguido o triunfo como um cachorro que corre atrás do próprio rabo sem me dar conta de que estava perdendo tempo e energia correndo atrás de habilidades que já desenvolvi ao invés de me jogar para novas possibilidades e desafios.
Sucesso não é um privilégio de poucos ou só de Queen Bee. Todos nós podemos alcançá-lo em nossas vidas. Ter sucesso não é estar deitado numa cama cheia de dinheiro, embora eu adore essa possibilidade. Não é sobre ter milhões de seguidores na internet reproduzindo tudo o que você diz. É sobre alcançar algo. Seja este algo grande ou pequeno, singular ou plural. É sobre você e não sobre o que os outros vão pensar de onde você está.
A psicóloga Carol Dweck, renomada professora da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e autora do livro "Mindset, a atitude mental para o sucesso" dedicou anos de sua vida estudando como as pessoas podem atingir o sucesso.
Carol afirma que o poder de atingir o sucesso está relacionado à sua atitude mental, o que ela chama de mindset. Você já deve ter ouvido esta palavra na boca de alguém por aí. Mude seu mindset, qual é o seu mindset, procuro funcionários com mindset... Sem diminuir a pesquisa de Carol, mas tentando fazer um resumo do que ela apresenta ao longo de sua obra.
A psicóloga é categórica ao dizer que sucesso não é realidade só para poucos, mas você também pode alcançá-lo se mudar sua atitude mental. Não é necessário talento extraordinário ou habilidades especiais.
O que você precisa é mudar a maneira como encara a vida e se abrir para uma mentalidade progressiva onde o fracasso e o erro são grandes aliados do aprendizado. E quando falamos de erros não estamos falando apenas de copos ou pratos se quebrando, mas estamos pensando em empresas falindo ou impérios ruindo.
Por diversas vezes fico pensando se a Beyoncé já cometeu um erro dessas proporções. Será que ela se sente realizada em sua vida perfeita e glamourizada? Será que ela é a mãe que sempre pensou que seria? Será que ela se questiona sobre o seu mindset? Será que de dentro do brilho incansável de sua roupa de oncinha ela consegue lidar com seus erros e frustrações?
Enfim, deixando a Beyoncé de lado e focando aqui na nossa vida, na nossa jornada. Me deixa te perguntar assim bem de canto de ouvido. O que é sucesso pra você, afinal?
As minhas definições de sucesso acabam de ser redefinidas. Após 12 meses de pandemia, uma empresa falida, meu psicológico completamente retorcido e um filho adolescente precisando de companhia, eu defini que meu mindset progressista precisa de paz.
Sucesso pra mim hoje é paz. Vou saborear meu fracasso a conta-gotas. Aprender com cada milímetro dos meus erros dos últimos meses e ser a mãe que sempre sonhei ser.
Não aquela que nunca tem tempo pra nada, que sempre está perfeita e sorridente nas fotos da bancada, mas a mãe que sabe que ser mulher e preta num mundo onde a cultura do esgotamento -que é parâmetro para medir o sucesso alheio- nos transforma em guerreiras incansáveis na busca por nossos prêmios.
Estou tirando a armadura, eu quero ser Beyoncé em alguns momentos, mas também quero ser eu na maior parte do tempo.
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