Cris Guterres

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Opinião

Sem príncipe encantado! Mulheres vão morar sozinhas mesmo sendo mais caro

Se você é uma mulher, você sabe que a sociedade sempre nos empurrou para o "felizes para sempre" com um príncipe encantado. Mas, cá entre nós, a vida real não é bem assim, né? E parece que cada vez mais mulheres estão percebendo isso.

Uma pesquisa recente da Kantar IBOPE Media mostrou que 54% das brasileiras entre 25 e 39 anos preferem morar sozinhas, viver solteiras, livres e sem se preocupar se serão ou não recatadas. E não é só no Brasil: nos EUA, um estudo da Universidade de Michigan revelou que as solteiras são mais felizes que as comprometidas.

Mas essa escolha, como todas na vida, não vem sem desafios. Quem decidiu dizer adeus à felicidade compartilhada está pagando mais caro por isso. Um estudo recente da Qualtrics, encomendado pela Intuit Credit Karma, revelou que a vida de solteira pode pesar no bolso. 47% das mulheres solteiras entrevistadas afirmaram que viver com seu próprio salário é uma grande fonte de estresse, e 26% admitiram que ser solteira custa caro.

Mas por que será que a gente está trocando o mozão por um lar só nosso, mesmo sabendo que isso pode pesar no bolso?

A resposta é simples: liberdade!

A independência financeira conquistada por algumas mulheres nos últimos anos nos permite tomar a direção da nossa vida e fazer escolhas que antes pareciam impossíveis. A gente pode viajar sozinha, decorar a casa do nosso jeito, investir na carreira e ter tempo para cuidar de nós mesmas.

E não para por aí! A busca por um relacionamento saudável e equilibrado também influencia essa decisão. Chega de DR no zap e de dividir as contas com um boy que não agrega em nada! A gente quer um parceiro que seja companheiro e que nos faça feliz de verdade. E se não encontrarmos essa pessoa, estamos mais do que satisfeitas em curtir a nossa própria companhia.

Além disso, a gente está cada vez mais consciente do machismo estrutural e de como ele afeta nossos relacionamentos. A gente não aceita mais ser tratada como "menos" por ser mulher, e não estamos dispostas a abrir mão da nossa autonomia e liberdade em nome de um relacionamento.

É claro que a vida de solteira tem seus desafios. Aluguel, contas, supermercado... tudo isso pesa no bolso. Mas a gente sabe que a liberdade e a autonomia que estamos conquistando diariamente valem cada centavo.

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Vale ressaltar que essa realidade não é a mesma para todas nós. No Brasil, a maioria dos lares são chefiados por mulheres, muitas delas negras, que enfrentam desafios financeiros e desigualdade salarial. Para essas mulheres, a solteirice, na grande maioria das vezes, não é uma escolha, mas uma imposição da realidade social.

No entanto, é inegável que a mulher com estudo e com bons salários de 2024 está cada vez mais dona de si. Ela sabe o que quer e não tem medo de ir atrás da sua felicidade, seja sozinha ou acompanhada. A decisão de viver sozinha ou não é influenciada por diversos fatores, como idade, classe social, raça, escolaridade, valores pessoais e experiências de vida. Cada mulher tem sua própria história e seus próprios motivos para fazer essa escolha.

Então, se você está pensando em se jogar na vida de solteira, vá em frente! Seja dona do seu próprio castelo, construa sua independência financeira e emocional, e viva a vida do jeito que você sempre quis.

Mas calma lá! Não pense que eu quero com este texto acabar com o sonho de alguém. Se você sonha com o casamento tradicional, a vida a dois e a divisão de tarefas como nos ensinaram desde pequenas, tudo bem! Você merece respeito e um companheiro participativo, que reconheça seu valor e divida as responsabilidades com você.

O importante é que a sua escolha seja feita com consciência e liberdade, sem pressões externas. Afinal, a felicidade não tem fórmula mágica, e cada uma de nós tem o direito de encontrar a sua própria receita, e não esquece que sozinha é sempre melhor do que mal acompanhada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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