Cris Guterres

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Opinião

3 negras no pódio de um esporte historicamente branco é lição de respeito

Esta é a imagem mais importantes das Olimpíadas de Paris até o momento: Simone Biles e Jordan Chiles reverenciando a grande vencedora Rebeca Andrade. Três mulheres negras no pódio de um esporte historicamente branco.

Esse pódio não é sobre quem é melhor, mas sim uma lição de respeito e amizade. Rebeca e Simone em momento algum rivalizaram pelo lugar mais alto. A todo instante mostraram que a amizade entre mulheres negras é uma ato de resistência para sobreviver em um mundo que constantemente as desvaloriza.

Um pódio negro é um soco no estômago do racismo. Não se trata apenas de atletas excepcionais conquistando seu lugar ao sol, mas de uma mensagem poderosa reverberando por todo o mundo: somos capazes, somos fortes, somos donas do nosso destino. Cada medalha conquistada por essas mulheres é um grito de resistência.

Ver tantas atletas negras dominando seus esportes é um presente para as novas gerações. É a prova de que o sonho é possível, de que a representatividade importa, de que podemos ser o que quisermos. E para as antigas, é a confirmação de que a luta valeu a pena, de que estamos no caminho certo, de que a mudança é real.

Mas não podemos nos iludir. Um pódio negro é um marco, um motivo de orgulho, mas não é o fim da linha. Ainda há muito a ser feito, muitas barreiras a serem quebradas, muitas vozes a serem ouvidas. O esporte é um reflexo da sociedade, e enquanto o racismo existir, ele também existirá nas quadras, nos campos, nas pistas. Que esse pódio negro seja um ponto de partida, um chamado à ação, um lembrete de que a luta continua.

Uma mulher reconhecendo a grandeza de outra mulher está ensinando ao mundo que todo o ódio que foi depositado em nosso ser está sendo transformado em amor.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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