Sete perguntas para você descobrir como anda a sua saúde mental
Eu sempre utilizo o espaço que tenho aqui em Universa para compartilhar com você alguns dos meus aprendizados e algumas das minhas dores sobre saúde mental. Me manter vulnerável em algumas situações tem sido uma das maneiras que eu encontrei para me conectar genuinamente com meus sentimentos e construir relações mais autênticas, onde posso ser eu mesma sem medo de julgamentos.
A vulnerabilidade me permitiu reconhecer que nem sempre preciso ter tudo sob controle e, vamos ser honestas? Isso já é por si só um grande alívio.
Os últimos dias por aqui foram ainda mais tensos do que os últimos meses, e eu me vi no centro de algumas situações desagradáveis que me fizeram ter de encarar de frente emoções que eu preferia evitar. Ao invés de me fechar, optei por sentir tudo como uma forma de lidar com o caos e encontrar equilíbrio: angústia, decepção, medo, frustração, eu fui anotando tudo o que sentia mesmo quando não sabia nomear. E, olha, este não foi o remédio que curou a dor, mas foi uma das alternativas que me auxiliou a entender mais sobre mim mesma.
Eu separei aqui algumas perguntas que os anos de terapia, os estudos e leituras sobre saúde mental e autoconhecimento me trouxeram e que me auxiliaram nessa recente jornada. Eu preciso te lembrar que sou uma mera jornalista, não tenho habilitação para sugerir tratamentos e cuidados a ninguém, eu só quero que você reflita sobre o caminho que está seguindo e se perceber que tem algo errado procure um profissional de saúde habilitado para te estender a mão e o melhor tratamento.
- Como estou me sentindo realmente?
Você já deu aquela resposta automática: "tudo bem", quando, na verdade, nem você sabia o que estava sentindo? Às vezes, só precisamos de palavras, mesmo que bagunçadas, para descrever nossos sentimentos. Colocar nome nas emoções ajuda a gente a lidar com elas de verdade (e, quem sabe, entender se a raiva era mesmo do trânsito ou de algum comentário assediador feito no trabalho). - O que está drenando minha energia?
Se o seu pique some misteriosamente antes do fim do dia, talvez seja hora de identificar os ladrões de energia. Pode ser aquele colega de trabalho tóxico, as expectativas que você coloca sobre si mesma, ou até o excesso de responsabilidades: casa, filhos, trabalho, estudos, boletos? Enfim, pode até ser você como codependente de alguém tentando resolver problemas que não são seus e nem foram criados por você. - Tenho dado espaço para cuidar de mim?
Autocuidado não é só máscara facial e banho de banheira, ok? Autocuidado é dizer "não" sem culpa, fazer uma pausa para respirar fundo no meio do caos e, quem sabe, até dançar sozinha na sala de vez em quando. Priorizar a gente não é egoísmo, é sobrevivência. - Estou me afastando socialmente?
Se o convite para sair te faz pensar "será que dá para cancelar?", talvez seja um sinal de alerta. Se isolar às vezes parece tentador, mas também pode te levar a se sentir sozinha e pode ser um dos indicativos de uma depressão. Talvez seja a hora de reconsiderar aquele café com a amiga que sempre te faz rir, ou ao menos ligar para uma boa conversa. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, liderado pelo professor Robin Dunbar, indicou que sair com amigas pelo menos duas vezes por semana pode trazer benefícios significativos para a saúde emocional e física das mulheres. A pesquisa descobriu que passar tempo com amigas ajuda a aumentar os níveis de serotonina e oxitocina, hormônios relacionados à felicidade e ao bem-estar, além de reduzir os níveis de estresse. - Tenho emoções incontroláveis?
Explodir com as pessoas com quem você tem intimidade ou que são mais vulneráveis como os filhos ou idosos, por exemplo, é um importante sinal de alerta. Se as suas emoções estão à flor da pele, é um sinal de que você pode estar precisando de um respiro, ou de terapia. Lidar com sentimentos intensos não é fácil, mas com um pouco de atenção, dá para evitar dramas maiores. - Estou perdendo o interesse em atividades que gosto?
Quando até o seu hobby favorito começa a parecer um fardo, é hora de parar e refletir. Se o que te dava prazer agora só te cansa, talvez você esteja sobrecarregada. Reencontrar o gosto pelas coisas que ama, mesmo em doses pequenas, pode ser o que falta para trazer de volta aquele brilho nos olhos. - Qual foi a última vez que fiz algo que me dá prazer?
Se você está aí tentando lembrar a última vez que fez algo só por prazer, é porque já faz tempo demais! A vida não deveria ser só correr atrás de prazos, dinheiro para os boletos e resolver problemas. Fazer algo que te faça sorrir, sem motivo aparente, é o tipo de coisa que alimenta a alma. E, se faz tempo, bora mudar isso já!
Agora que você refletiu sobre essas perguntas, o próximo passo é agir. Identificar onde as coisas não estão bem é importante, mas o verdadeiro autocuidado começa quando você decide fazer algo a respeito. Se as respostas indicaram que você está se sentindo esgotada, desconectada ou sobrecarregada, talvez seja a hora de reorganizar suas prioridades, buscar apoio emocional, ou simplesmente dar a si mesma a permissão para descansar. Não se trata de resolver tudo de uma vez, mas de fazer pequenas mudanças que trazem grandes impactos no longo prazo.
Lembre-se: cuidar da sua saúde mental é um processo contínuo. Não tenha medo de pedir ajuda profissional, se necessário, e, acima de tudo, permita-se ser gentil consigo mesma. Afinal, só você sabe o quanto trabalhou para chegar até aqui, e merece investir no seu bem-estar com o mesmo carinho que oferece aos outros.
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