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Isabela Del Monde

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Polícia investiga 40 possíveis vítimas de anestesista: 'Predador em série'

Colunista de Universa

15/12/2022 04h00

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O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante em julho após ser filmado estuprando uma mulher na sala de parto, começou a ser julgado na segunda-feira (12). A denúncia diz respeito a apenas uma vítima. Mas a polícia do Rio de Janeiro ainda investiga outras 40 possíveis vítimas do anestesista, incluindo um inquérito envolvendo pacientes de outros dois hospitais em que ele trabalhava.

Para a advogada Isabela Del Monde, colunista de Universa e especialista em direitos das mulheres, se mais vítimas se confirmarem, o comportamento de Bezerra seguiria um padrão entre quem comete estupros.

"Revela para a gente um aspecto muito típico dos casos de violência sexual: homens que atuam como predadores, criminosos, em série utilizando-se de seu poder e seu acesso", diz Del Monde (veja o vídeo acima).


No caso de Bezerra, pontua a advogada, o poder é o de médico, e o acesso diz respeito a anestesias que utilizava e ao corpo das gestantes. Segundo o depoimento da vítima e a investigação da polícia, ele aumentou a dose de anestesia para dopar a mulher e pedia às pessoas envolvidas com o parto saíssem da sala, incluindo familiares da paciente.

Bezerra foi ouvido pela Justiça, mas ainda não há novidades sobre o julgamento. Universa acompanha os desdobramentos e trará informações com exclusividade.

Caso é sinal de alerta para estupros em hospitais, diz colunista

Para Del Monde, o caso em questão "desperta para nós um grande sinal de alerta quanto a violência sexual em espaços de saúde".

Segundo dados obtidos por Universa via Lei de Acesso à Informação, Rio de Janeiro e São Paulo registram, juntos, um caso de estupro em unidade de saúde por dia.

Por isso, para a colunista, é importante acompanhar esse caso e dar visibilidade para o julgamento, mas também é preciso pressionar as autoridades para que criem mecanismos de proteção a mulheres também nesses locais.