Estamos, ainda, em luta por um presente mais saudável para todas as pessoas
Em dezembro de 2020 eu publiquei meu primeiro texto para esta coluna. E hoje, publico o último e eu não poderia estar mais preenchida de alegria com tudo que essa oportunidade de comunicar minhas ideias me trouxe. E que anos, leitores e leitoras. E eu quero sim celebrar onde estamos em 2023!
O primeiro texto saiu quando o Brasil estava no começo da onda mais mortal de covid, especialmente na Amazônia. Vimos familiares desesperados com a falta de oxigênio, pacientes morrendo sufocados enquanto o felizmente ex-presidente Bolsonaro debochava de pessoas sem ar e destilava toda sua desumanidade.
Diversos dos meus textos nesses anos fora respostas aos absurdos bolsonaristas, passando, por exemplo, pela proposição do Estatuto da Gestante pelo senador bolsonarista Eduardo Girão, pelo clima que Bolsonaro disse que pintou com meninas de 14 no bairro de São Sebastião, nas proximidades de Brasília e pelo desmonte indecente de todas as políticas de prevenção à violência contra meninas e mulheres pela ex-Ministra bolsonarista Damares Alves.
Por causa de gestão criminosa que o governo fez da pandemia e dos demais assuntos públicos, explodiram os dados de violência doméstica, o genocídio yanomami e o garimpo ilegal foram incentivados, jovens e crianças evadiram as escolas públicas, o Brasil voltou ao mapa da fome e as mulheres do mercado de trabalho. Você sabia que em 2021 a participação das mulheres no mercado de trabalho era a menor em 30 anos?
O governo Bolsonaro, deliberadamente, empurrou nossas vidas para trás - e não trabalhou para evitar fim da vida de milhares de mulheres. Mais de 113 mil crianças e adolescentes perderam os pais na pandemia. E para isso, Bolsonaro dizia: "E daí? Não sou coveiro". Foram dias, meses e anos de angústia, de medo de morrer, dos nossos amores morrerem, de perdemos a democracia, de voltarmos a ser um país governado por militares.
Entretanto, é claro que do outro lado, contra o Bolsonaro e o bolsonarismo, estavam as feministas, o movimento negro, os povos indígenas, a comunidade LGBTQIAP+ e toda a diversidade que ele sempre fez questão de dizer que não respeita e que faria o que pudesse e não pudesse para piorar as nossas vidas. E fomos nós que resgatamos o Brasil do pesadelo golpista e mortífero que vivemos entre 2018 e 2022.
É óbvio que não chegamos ao paraíso nem a um país perfeito. Ainda estamos em disputa direta por mais mulheres nos espaços de poder, por uma #PretaMinistra no Supremo Tribunal Federal, por uma economia mais justa com as pessoas pobres e mais firme com super-ricos, por novas matrizes energéticas, pela preservação dos nossos biomas e pelo fim da fome. Estamos, ainda, em luta por um presente mais saudável para todas as pessoas e por um futuro de bem viver para nossas crianças.
Lutar será sempre a realidade de quem sofre com as estruturas de desigualdade que sustentam a sociedade como ela é hoje. Mas certamente é mais confortável lutar quando o governo não odeia seu povo e não ameaça a democracia dia sim, outro também. Estamos longe do ideal, mas vivemos, atualmente, no governo federal com maior diversidade no seu corpo ministerial, com deputadas federais trans e travestis e com respeitabilidade internacional. Essa conquista é nossa!
Agradeço imensamente ao UOL pela oportunidade de me expressar e difundir informações sobre direitos das meninas e mulheres. Deixo um agradecimento especial para Camila Brandalise por todo seu apoio e empenho com essa coluna e, claro, a todas as leitoras e leitores que acompanharam por esses quase três anos. Muito obrigada e até a próxima!
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