Maria Ribeiro

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Opinião

Você precisa gostar de Carnaval para ter noites que duram para sempre?

"Ontem, no bloco, eu beijei quatro pessoas. Depois, no Uber, ouvi a melhor história da minha vida. Preciso te contar, você vai querer fazer um filme. Cheguei em casa tão eufórica que acabei ouvindo música até o sol nascer. Sabe aquelas noites que vão durar para sempre? Você precisa gostar de carnaval, Maria."

Acordei com essa mensagem. A última frase: "você precisa gostar de carnaval, Maria", me acompanhou no café, no almoço, na infância, na juventude, na universidade, e segue comigo agora, tanto na coluna quanto no futebol diário. Mas, vem cá: quem disse que eu não gosto?

Minha amiga foliã, a quem respondi que estava gripada - o que era verdade, mas não uma resposta - talvez não saiba, mas seu pequeno grande bullying é uma pressão da qual já sou amiga íntima. Anos e anos de amor mal resolvido.

E será que algumas histórias não podem ficar assim? Eternamente incompletas? E ainda assim serem filhas de Deus?

Aqui mora uma colombina, parceira. Sério, que não dá para ver? E mesmo que não dê: qual o problema? Nem todo o sentimento precisa de cartaz. Tem coisas que a gente guarda na gaveta. Tem sambas que a gente canta de outro jeito.

Hoje, por exemplo, eu estou no abre-alas e na bateria, e ainda sou destaque e porta-bandeira. Minha roupa, de onça - que nem a da Paolla Oliveira - vou repetir mês que vem no ensaio da Anitta. Mas a alegria, a alegria eu duvido que exista igual.

Porque o meu bloco de janeiro desfila dia 15, dia em que meu caçula nasceu. Porque tem noites que realmente duram para sempre. Porque existem carnavais que só fazem barulho aqui dentro.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

8 comentários

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Walmar Isacksson Jucá

Brilhante, como sempre! Leio tudo o que parte da singular Maria Ribeiro.

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Antonio de Souza Neto

Quem quer essa Maria em casa? Eu, hein…?

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Helena Niskier

Maria Ribeiro.  Você se superou! Há muito tempo não lia uma crônica que me fizesse "vibrar".

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