Materna

Materna

Só para assinantesAssine UOL
Opinião

'Meu filho disse que me odeia': cinco dicas de como agir durante explosões

Ouvir 'eu te odeio' de um filho é chocante para qualquer mãe ou pai. Eu sei que palavras cortam seu coração, mesmo que na hora você segure a emoção para não reagir, já que só você sabe o quanto se dedicou a ele, com tanto amor e carinho. Mas estou aqui para lembrar que, na maioria das vezes, quando uma criança diz que odeia não está expressando o que realmente sente, mas sim manifestando uma frustração ou uma emoção que ela ainda não sabe elaborar de outra forma.

Newsletter

Materna

Conteúdo personalizado com tudo que importa durante a gravidez. Informe seu e-mail e tempo de gestação para receber a newsletter semanal.

Tempo de gestação
Selecione

Ao assinar qualquer newsletter você concorda com nossa Política de Privacidade.

Conheça os conteúdos exclusivos de Materna com acesso ilimitado.

O 'eu te odeio', assim como o 'vou fugir de casa', são tentativas de impactar emocionalmente a família. Quando uma criança usa palavras fortes, ela está tentando mostrar o quanto está com raiva ou frustrada, atingindo diretamente os sentimentos de quem ama para que percebam e deem valor para intensidade de suas emoções. Em situações assim, é importante respirar fundo e lembrar que o que a criança expressa é mais sobre o que está sentindo naquele momento do que o que realmente pensa ou sente por você.

As crianças ainda estão aprendendo a lidar com sentimentos. Para elas, raiva, tristeza e frustração são reações intensas e difíceis de controlar. Quando desabafam estão tendo uma resposta imediata e impulsiva a algo que as deixou chateadas. Pode ser porque você estabeleceu um limite, disse 'não' a algo que elas queriam, ou impôs uma regra que ela não gostou. Essas situações provocam irritação e como a criança ainda não tem maturidade emocional suficiente para articular seus sentimentos, solta uma frase com as palavras mais fortes que ela conhece, querendo impactar.

Então, o ódio é momentâneo, não é real. Ele reflete ao desconforto com a situação e não com quem você é como mãe. O mais importante é não levar essas palavras ao pé da letra, nem reagir de forma exagerada. A reação automática pode ser de mágoa ou até raiva, mas aqui estão algumas dicas sobre como lidar com esse momento delicado de forma construtiva:

  1. Mantenha a calma: sabemos que não é fácil, mas tente não reagir de maneira emocional quando seu filho disser algo assim. Respire fundo e lembre-se de que seu filho está expressando uma emoção, não um sentimento permanente;
  2. Dê espaço para a criança: muitas vezes, após um episódio desses, o melhor a fazer é dar um pouco de tempo para a criança se acalmar e regular suas emoções. Assim como nós, elas também precisam de um momento para esfriar a cabeça antes de discutir o que aconteceu. Talvez ela precise de um abraço para que suas emoções fiquem mais estáveis, e, a boa notícia, é que um abraço de mais de 20 segundos libera ocitocina, o hormônio do amor;
  3. Valide os sentimentos dela: em vez de focar no que foi dito, se atenha ao que está por trás disso. Diga algo como: "Eu sei que você está chateado agora", mostrando que você reconhece o sentimento dela, sem concordar com o que foi dito;
  4. Converse depois que a poeira baixar: mais tarde, quando as emoções estiverem menos intensas, converse com seu filho sobre o que aconteceu. Explique que é normal se sentir frustrado, mas que existem outras maneiras de expressar esses sentimentos sem machucar as pessoas. Você pode sugerir outras formas de extravasar esse sentimento, como, por exemplo, bater os pés bem forte no chão (isso se você não morar em apartamento haha) ou parar e prestar atenção na respiração, contando 20 vezes de cada inspiração;
  5. Reforce o amor: mesmo que seu filho tenha dito algo doloroso, é importante que ele saiba que seu amor por ele não muda. Após a conversa, reafirme seu amor de maneira tranquila e segura. Você pode não amar a atitude que ele teve, mas você o ama. Ele precisa saber disso.

Por mais desafiadores que esses momentos sejam, são oportunidades valiosas para ensinar os filhos sobre empatia, comunicação e como lidar com emoções difíceis. Ao agir com calma e paciência, você não só ajuda seu filho a aprender, mas também fortalece a relação entre vocês.

A maternidade é cheia desafios emocionais, mas lembre-se: no coração do seu filho, o amor por você está sempre presente, mesmo quando as palavras parecem dizer o contrário. Você não está sozinha nessa jornada, eu te vejo e estou aqui para ajudar.

*Monica Romeiro é a criadora do Almanaque dos Pais. Ela é comunicóloga, palestrante, empresária, conselheira parental e escritora de "Vem cá me dar um abraço - um colo de mãe para mãe" e "Amor maior que o meu - o que você mais, ser mãe ou seu filho?".

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes