Ser mãe não é tudo na sua vida: quem é você além da maternidade?
Desde o momento em que nos tornamos mães, nossos dias começam a girar em torno das necessidades, sonhos e demandas dos nossos filhos. É um amor arrebatador e um compromisso inabalável. Mas, no meio de tudo isso, é fácil esquecer uma verdade importante: ser mãe não é tudo o que nos define.
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Ser mãe é uma parte enorme da nossa história, mas não é a única. E, embora muitas vezes esse papel consuma grande parte do nosso tempo e energia, ele não deve nos apagar enquanto indivíduos. Nossos gostos, hobbies, sonhos e metas continuam sendo partes fundamentais de quem somos — e encontrar ou reencontrar com essas partes de nós mesmas é essencial para nossa saúde emocional e nossa realização pessoal.
Você não deixa de ser a pessoa que era antes de se tornar mãe. Você não é "só" mãe — você é uma mulher cheia de histórias, talentos, desejos e planos que continuam vivos, mesmo que adormecidos por um tempo.
Os filhos crescem e as demandas diminuem
Essa é uma das maiores verdades sobre a maternidade: os filhos crescem. E à medida que crescem, eles vão precisando menos da gente. É um processo lindo e, ao mesmo tempo, amedrontador para muitas mães, porque nos confronta com um vazio que pode ser doloroso se não estivermos preparadas.
Quando os filhos começam a conquistar sua liberdade e independência, somos obrigadas a olhar para nós mesmas e perguntar: "Quem sou eu além de ser mãe?" É aí que percebermos que ter cultivado hobbies, interesses e metas próprias ao longo do tempo faz toda a diferença. Resgatar essas partes de nós é fundamental para que possamos continuar sendo mães presentes, mas também mulheres plenas.
Por que resgatar o "eu" é importante?
Cuidar de si mesma não é egoísmo, é um ato de amor por você e pelos seus filhos. Quando você se sente realizada como pessoa, tem mais energia, paciência e alegria para compartilhar com eles. E mais: quando os filhos veem que a mãe tem interesses próprios, que ela lê, pinta, dança, cultiva amizades, trabalha, estuda ou pratica qualquer atividade que a faça feliz, eles aprendem a valorizar a individualidade e a importância de cuidar da própria felicidade.
Reencontrar quem você é ajuda a evitar o vazio. Quando colocamos toda a nossa identidade no papel de mãe, a transição para uma vida onde os filhos têm suas próprias vidas pode ser dolorosa. Mas quando mantemos uma conexão com nossos próprios interesses, podemos atravessar essa fase, conhecida como síndrome do ninho vazio, com mais leveza e realização.
Dicas para resgatar seu "eu"
Se você sente que perdeu a conexão com quem era antes da maternidade, aqui estão algumas ideias para começar esse reencontro:
Redescubra seus hobbies: O que você amava fazer antes de ser mãe? Pintar, escrever, praticar um esporte, tocar um instrumento, cozinhar receitas elaboradas? Escolha uma atividade e dedique alguns minutos por semana a ela;
Invista em aprendizado: Sempre quis aprender algo novo? Faça isso agora! Pode ser um curso de idiomas, costura, dança ou até algo relacionado à sua carreira;
Reserve tempo para si mesma: Nem sempre é fácil, mas mesmo pequenos momentos podem fazer a diferença. Um café saboreado com calma, um banho longo ou um tempo para ler um livro podem ajudar a reconectar você com você mesma;
Reveja seus sonhos: Quais eram seus planos antes da maternidade? Alguns podem ainda fazer sentido, outros não, mas revisitar esses sonhos pode ajudá-la a traçar novos objetivos;
Conecte-se com outras mulheres: Conversar com amigas ou participar de grupos de mães pode trazer inspiração e motivação para resgatar interesses e dividir experiências;
Desafie a culpa: A culpa é uma companheira constante das mães, mas lembre-se: cuidar de você não diminui o amor pelos seus filhos. Na verdade, torna você uma mãe mais saudável e feliz.
A maternidade é uma experiência incrível, mas não deve ser a única coisa que define quem somos. Somos mulheres inteiras, com sonhos, talentos e interesses que vão além de criar nossos filhos. Resgatar ou descobrir quem você é fora da maternidade é uma forma de honrar a mulher que você sempre foi e de se preparar para todas as fases da sua vida — incluindo aquelas em que seus filhos não dependerão tanto de você.
Ser mãe é um dos papéis mais importantes da sua vida, mas não é o único. Você merece se sentir completa, realizada e conectada com aquilo que te faz feliz. Porque, no final das contas, uma mãe feliz é também uma mulher que inspira seus filhos a buscar sua própria felicidade.
*Monica Romeiro é a criadora do Almanaque dos Pais. Ela é comunicóloga, palestrante, empresária, conselheira parental e escritora de "Vem cá me dar um abraço - um colo de mãe para mãe" e "Amor maior que o meu - o que você mais, ser mãe ou seu filho?".
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