Até quando é saudável acreditar no Papai Noel?
O Natal, com todas suas cores, magias e luzes, está chegando e, com ele, também vem toda a empolgação das crianças pela chegada do Papai Noel. Na escola, nas lojas ou na rua, tudo remete à figura do Bom Velhinho, que não se esquece de ninguém.
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Sua figura carrega o encanto do Natal e, mais do que isso, traz valores importantes, como generosidade, bondade e a alegria de compartilhar momentos especiais com a família.
Mas, como pais, é comum nos perguntarmos: até que ponto é saudável incentivar nossos filhos a acreditarem no Bom Velhinho? Será que alimentar essa fantasia é o melhor caminho? A resposta está no equilíbrio. A fantasia faz parte do universo infantil, e o Papai Noel pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento emocional e social das crianças.
A Importância da Fantasia
Acreditar no Papai Noel não é apenas sobre esperar um presente na manhã de Natal. Para as crianças, ele simboliza valores como a recompensa por boas ações e a magia de acreditar em algo maior. Esse mundo de fantasia é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento. É por meio dele que os pequenos aprendem a lidar com emoções como ansiedade, expectativa e até frustração.
Eles começam a diferenciar o que é bom e ruim, entendendo as regras sociais de forma lúdica.
Assim como outras figuras fantásticas -- o Coelhinho da Páscoa, as fadas e os personagens das histórias infantis --, o Papai Noel ajuda a construir as bases do imaginário infantil. Esses personagens permitem que as crianças explorem sua criatividade e desenvolvam a capacidade de sonhar. Quando, mais tarde, descobrem que o Papai Noel é uma fantasia, elas vivem um momento de amadurecimento, aprendendo que a magia pode existir mesmo que não seja literal.
A Relação Horizontal Entre Pais e Filhos
Hoje em dia, os pais têm estabelecido relações mais horizontais com seus filhos. Nós conversamos mais com eles do que nossos avós conversavam com nossos pais. Por isso, é natural que, em algum momento, nos sintamos culpados em deixá-los acreditar em algo que não é real. Afinal, queremos criar vínculos baseados na verdade e no diálogo.
No entanto, é importante entender que, no momento em que as crianças descobrirem que, desde o início, quem dava os presentes era você ou outras pessoas do círculo familiar, elas vão compreender naturalmente os valores ligados ao afeto, generosidade e cuidado. Essa transição, longe de ser traumática, pode ser um exemplo de esforço para manter a magia e um aprendizado importante sobre o significado do Natal.
Quando Chega a Hora de Dizer Adeus ao Bom Velhinho?
Não existe uma idade certa para as crianças deixarem de acreditar no Papai Noel. O importante é respeitar o tempo delas. Cada criança tem seu ritmo para entender a realidade e a fantasia. Algumas descobrem a verdade cedo, enquanto outras continuam acreditando por mais tempo.
Quando seu filho começar a questionar se o Papai Noel existe, isso geralmente significa que ele está pronto para conhecer a verdade. Esse momento pode parecer difícil, mas também é uma oportunidade de reforçar valores importantes. Você pode jogar a pergunta de volta: "O que você acha?" Assim, a criança pode refletir e chegar às suas próprias conclusões.
Quando ela descobre que o Papai Noel é uma criação do imaginário, também aprende que a magia do Natal não depende apenas dele. A tradição, o afeto e o tempo em família são os verdadeiros presentes que marcam essa época.
Como Lidar com a Pergunta "O Papai Noel Existe?"
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Quero receberAqui estão algumas dicas para lidar com essa pergunta de forma leve e natural:
1. Pergunte o que seu filho pensa: Dizer "o que você acha?" incentiva a criança a refletir e expressar seus pensamentos, ajudando-a a entender a resposta no seu próprio ritmo. Através da resposta da crianças você pode conduzir a conversa para explicar a magia do Papai Noel, ou manter o sonho por mais tempo.
2. Explique o significado do Papai Noel: Mostre que ele representa o espírito do Natal -- generosidade, bondade e a alegria de dar e receber. Que todos podemos manter esse espírito dentro de nós.
3. Reforce o valor da tradição: Explique que, mesmo sabendo a verdade, ele pode continuar brincando de Papai Noel, ajudando a manter a magia viva para outras crianças.
4. Seja afetuoso: Deixe claro que o Papai Noel era uma maneira de trazer alegria, e que agora ele pode se unir a você para criar essa magia para outras pessoas.
A Magia Continua
Mesmo quando a criança descobre que o Papai Noel é uma fantasia, a magia do Natal não precisa acabar. Ela muda de forma, mas continua viva nas memórias de infância, nas tradições familiares e na alegria de compartilhar momentos especiais com quem amamos. Mais tarde, essa mesma criança pode se tornar o Papai Noel de outra geração, mantendo viva a magia e o encanto dessa época tão especial.
No fim, acreditar no Papai Noel é mais do que um simples jogo de faz de conta. É uma forma de ensinar valores importantes e de criar momentos que serão lembrados com carinho por toda a vida. Então, aproveite o Natal para embarcar nessa fantasia com seus filhos — porque, enquanto dura, a magia é inesquecível.
*Monica Romeiro é a criadora do Almanaque dos Pais. Ela é comunicóloga, palestrante, empresária, conselheira parental e escritora de "Vem cá me dar um abraço - um colo de mãe para mãe" e "Amor maior que o meu - o que você mais, ser mãe ou seu filho?".
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