Sociedades secretas de sexo: sim, elas existem!
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Sempre que o tema "festa de swing" vem à tona, é comum as pessoas perguntarem se existe, no Brasil, algo parecido com o que rola no filme "De Olhos Bem Fechados", filme de 1999 de Stanley do Kubrick. E a resposta é sim!
Pra quem não assistiu ao longa, a história é a seguinte: a personagem Alice (Nicole Kidman) admite ao marido (Tom Cruise) que sente desejo por outro homem. A partir daí, o casal (que na época também era um casal na vida real) se envolve com um grupo secreto de sexo que promove elegantes festas privativas para a realização de fantasias e fetiches. Festas essas que prezam pela elegância e, claro, pela seleção dos convidados.
Na vida real, no cotidiano de casais interessados nesse tipo de aventura, as opções disponíveis geralmente são as casas de swing tradicionais ou festas privadas, mas que não necessariamente prezam pela elegância e seleção de seus participantes.
A boa notícia é que se você não abre mão de um rolê super VIP, ainda que no final todo mundo acabe mesmo como veio ao mundo, ele é possível. Vai exigir um pouco de dedicação da sua parte, primeiro para encontrá-los e depois para ser aceito, mas no final pode valer a pena.
Para dar mais ou menos o caminho das pedras, eu conversei com a Camila, que é a criadora de uma dessas sociedades secretas de swing, o Voluptas, que promovia (antes da pandemia) grandes festas em mansões na cidade de São Paulo.
Camila conta que a seleção para fazer parte da sociedade é muito criteriosa, com uma verificação minuciosa das redes sociais e todo tipo de pesquisa disponível a partir dos dados da pessoa analisada, que vai de CPF a antecedentes criminais. Importante frisar que são informações disponíveis em portais oficiais, para consulta livre.
"Um dos motivos que me fez criar o Voluptas foi a vontade de frequentar ambientes liberais que fossem realmente seguros. Todos os interessados preenchem um questionário extenso e a gente não só analisa como entra em contato para conhecer mais a pessoa, garantindo que não teremos a entrada de "fakes" (pessoas que não compartilham dados reais ou se passam por outras).
Além disso, o fator privacidade é extremamente importante: "Nós preservamos de forma rigorosa o anonimato de todos os membros e eles se sentem tranquilos para participar das festas e da nossa rede social sabendo que podem ser anônimos, pois nós controlamos quem entra e quem sai."
Sobre os participantes das festas, Camila gosta de frisar que apesar de toda a seleção, o foco é a segurança. Não há uma exigência de padrão estético ou status social (ou seja, não é só para ricos e famosos, apesar de que ela confirma que costuma receber celebridades sim): "Status social, beleza e idade são irrelevantes diante da diversidade que existe em nosso meio. Somos uma sociedade pluralista, com todos os gêneros e perfis, incluindo diversidade de fantasias e fetiches. Todos são acolhidos, dos mais experientes aos iniciantes. Existe de casais que adoram sexo grupal até o casal ou single que só curte observar ou fazer amizades. Não temos obrigações nem exigências, só educação e respeito são fundamentais."
Aqui, cabe o aviso: para ir às festas é preciso desembolsar entre R$ 250 a R$ 500 reais por evento, sem o consumo incluso. Então, além de passar pela análise inicial é preciso prever esses custos no seu orçamento!
Ainda sobre grupos secretos e festas privativas, conversei com a Tuy, que junto com o seu companheiro produz conteúdo para um canal no youtube que hoje é o maior representante do sexo liberal nessa rede.
Eles participam de grupos fechados de sexo no Facebook, geralmente focados em algum tipo específico de fetiche, como BDSM e podolatria. Além disso, criaram o seu próprio grupo de WhatsApp, onde o acesso é restrito e alguns dos participantes aproveitam a interação para marcar encontros e festas exclusivas:
"No Facebook existem grupos que você consegue achar na busca e outros realmente secretos. Os que são "abertos" normalmente quem quer entrar responde as perguntas que o administrador faz e é aceito. Alguns têm critério contra fake, outros nem tanto. Já para entrar nos grupos secretos, você precisa conhecer alguém que conhece alguém até ser adicionado, aí o critério é bem maior.
No meu grupo do WhatsApp a pessoa compra a participação e a partir dali ela precisa seguir as regras determinadas. Já temos o grupo há 3 anos e temos pessoas com a gente desde o início, então as regras já são muito bem definidas."
Ela explica a diferença entre fazer parte desses grupos e ir à uma casa de swing tradicional:
"A casa de swing é mais "fria". Muitos casais vão ali para experimentar mas ainda estão inseguros ou acabam tratando os outros como meros objetos sexuais. Além disso ainda sentimos um grande preconceito com a comunidade LGBT em casas de swing, algo inadmissível pra nós!
Nas festas particulares as pessoas costumam conversar antes de rolar a festa em si, e nem sempre só sobre putaria. É um clima mais intimista e com pessoas que já estão certas do que querem."
Para quem quer se aprofundar no assunto, além da sociedade secreta Voluptas e dos canais da Tuy, existe uma sociedade internacional chamada Madame O. Camila conta que já foi em um evento promovido por eles no Brasil, mas que elas acontecem em vários lugares do mundo, com frequentadores com alto poder aquisitivo e que se enquadram num exigente padrão estético. São três propostas diferentes e aí cabe aos interessados entender o que mais se adequa às suas exigências e ao seu estilo de vida.
E você, tem vontade de participar de algo assim? Conta pra gente nos comentários!
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