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"Escritora, mãe e grande gostosa", ela fez R$ 8.000 em um mês no OnlyFans

Colunista do UOL

25/11/2020 04h00

"Escritora, poetisa, mãe e uma grande gostosa". É a assim que Marina Barbieri, 32, se apresenta no Twitter, onde tem mais de 16 mil seguidores. Formada em Jornalismo e Publicidade, Marina ficou famosa escrevendo sobre relacionamentos. Ela é autora do livro "Fique com alguém que não tenha dúvidas", onde narra algumas roubadas amorosas pelas quais já passou.

Em seu Instagram, repleto de reflexões sobre cotidiano e maternidade, ela, que é mãe de Francisco, de dois anos, interage com mais de 10 mil pessoas.

A influência nas redes sociais levou Marina a experimentar uma nova possibilidade: uma conta no OnlyFans, uma plataforma para adultos que monetiza as publicações dos criadores de conteúdo. No OF, os fãs podem contribuir com seus ídolos através de assinaturas e gorjetas.

Criado em 2016, com sede em Londres, o site tem atualmente 30 milhões de usuários em todo o mundo, e está ficando cada vez mais popular no Brasil - recentemente a cantora Anitta prometeu abrir uma conta na plataforma. A rapper Cardi B e a ex-atriz da Disney Bella Thorne já estão lá. Bella, aliás, faturou US$ 1 milhão em apenas 24 horas em sua estreia no OF, em agosto desse ano.

"Se elas conseguem, eu também consigo"

Marina, que inaugurou seu perfil no Only Fans em outubro, celebra o primeiro resultado: R$ 8.000 em um mês. "Comecei a ver que as gringas estavam fazendo muito dinheiro com isso e pensei 'Ué, por que não? Se elas conseguem, eu também consigo', e então me joguei nessa. Impus os meus próprios limites e sempre fui muito clara quanto a isso com os meus seguidores."

Feliz com a experiência, a escritora revela que, além da conta bancária, a autoestima também aumentou. "Estou me tornando alguém mais satisfeita comigo mesma, com meu próprio corpo. Sou menos crítica comigo, entende? Tenho me achado mais bonita, mais sexy, mais atraente, e isso está se refletindo na minha vida como um todo."

Marina Barbieri 1 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
“Não adianta achar que é dinheiro fácil e rápido, porque não é. Não é só tirar umas fotos e gravar uns videozinhos, não. Dá trabalho produzir um material de qualidade, divulgar e convencer os seguidores de que você é a melhor opção deles”
Imagem: Arquivo Pessoal
Marina 2 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
“Vivemos numa sociedade hipócrita e conservadora, então pessoas se incomodam, invejam, criticam. Ser mulher é receber críticas o tempo todo, por absolutamente tudo. Aprendi desde pequena a não me importar com o que os outros dizem”
Imagem: Arquivo Pessoal

Proximidade com fãs: o segredo do sucesso

Todos os seguidores de Marina no OnlyFans são brasileiros e passaram a acompanhá-la quando ela anunciou, nas outras redes sociais, que postaria conteúdos +18 na plataforma. Lá, 90% de seus fãs são homens; 10%, mulheres.

"É importante manter um diálogo com os assinantes. Eles gostam dessa intimidade, como se de fato estivessem próximos a você. Então eu faço questão de manter o contato próximo, íntimo. Nem todas as mulheres seguem exatamente por tesão, sabe? Muitas por curiosidade, por admiração, ou porque querem entrar nessa também e precisam saber como fazer e o que fazer.", conta.

Ela diz que recebe muitas mensagens de mulheres. "Mulheres são bem diretas, viu? Às vezes até mais do que de homens", diverte-se Marina, que é heterossexual.

"Meu marido me apoiou desde o início"

Casada há seis anos, ela garante que não rola ciúme nenhum. "Meu marido me apoiou desde o início. Ele até me ajuda a escolher as fotos quando peço opinião. Detesto ciúmes e, desde quando éramos namorados, ele sabia disso. Quem manda no meu corpo sou eu, e isso nunca esteve em discussão. Somos monogâmicos e essa é a única coisa que importa", pontua.

Sobre a possibilidade do novo trabalho impactar negativamente em seu futuro profissional, a escritora, poeta, mãe e uma grande gostosa é incisiva: "Isso não faz de ninguém menos qualificada".

"Pensei bastante sobre isso. Pensei também sobre o tipo de mulher e de profissional que quero ser. O que eu quero passar para as minhas leitoras, o que quero ensinar como formadora de opinião. E cheguei à conclusão que o melhor que eu poderia fazer era provar que sou dona do meu próprio corpo e que o meu corpo não é um pecado, não é uma vergonha. Sou mulher, sou profissional, mas também sou sexy, sou bonita e não há problema nenhum em usar da minha beleza e juventude para ganhar dinheiro também", diz ela.

E continua: "Se há um mercado, eu tenho, assim como qualquer outra mulher tem, direito a isso. E isso não faz de ninguém menos qualificada. Se eu perder alguma oportunidade de trabalho por machismo e preconceito, então cravo, categoricamente, que eu queria essa oportunidade ainda menos".