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'Swing não salva relacionamento em crise', diz casal liberal influencer
Numa conta privada no Instagram, onde têm mais de 15 mil seguidores, Amànda, 34, e Renato, 38, postam fotos do dia a dia e interagem com os fãs. Nada fora do comum para influenciadores, exceto por um detalhe: o conteúdo que eles produzem é bem picante.
Eles fazem sucesso nas redes como o casal Sensual Black, onde publicam conteúdos fetichistas e dão conselhos sobre relacionamentos liberais. Para tentar driblar o moralismo da plataforma e falar sobre suas experiências sexuais, usam alguns truques. Não expõem nudez e trocam letras por números, como na palavra tesão, que vira tes40, por exemplo.
O perfil conjunto no Instagram é recente; a produção de conteúdo erótico, não. Começou há quatro anos, quando eles se conheceram —e, curiosamente, nem foi pelas redes sociais, mas na academia.
"Temos mais tempo de swing que como relacionamento convencional"
"No nosso primeiro mês, a gente já teve curiosidade de conhecer uma casa de swing (troca de casais). E, desde o dia em que fomos, não paramos mais de ir. Tudo o que fazemos e descobrimos sobre o meio liberal descobrimos juntos nesses quatro anos. Costumo brincar que temos mais tempo de swing do que de relacionamento convencional", diz Amànda.
"A gente é mais maduro dentro do swing do que no relacionamento a dois", completa Renato.
Para Amànda, o maior desafio, no início, foi lidar com a insegurança. "Quando você entra num meio liberal, está abrindo as portas pra uma terceira pessoa entrar, de certa forma."
A solução encontrada por eles, além de muita conversa, foi o estabelecimento de regras e limites que fizessem com que os dois se sentissem confortáveis.
"Se você se identificar, pode ser mais feliz no seu casamento. Foi assim que aconteceu com a gente. O primeiro passo é falar sobre. O segundo é estabelecer regras e limites e respeitá-los. Chegar lá na hora e burlar todos os acordos que vocês fizeram faz com que entre o desrespeito e a insegurança. E é onde dá briga", diz.
"O swing não salva um relacionamento já em crise. Se isso acontece ou se já aconteceu, é muito raro, é a minoria. Quando você tem um problema no seu casamento e quer colocar uma terceira pessoa, o problema só vai aumentar. O swing é uma prática que você faz com o seu parceiro. Juntos, vão realizar as suas fantasias, e não ter as soluções dos problemas —pra isso tem os terapeutas", frisa ela.
"O meio liberal é para todos, mas nem todo mundo é para o meio liberal"
Renato diz que "o meio liberal é para todos, mas nem todo mundo é para o meio liberal", referindo-se ao fato de que nem todo casal vai se identificar com a não-monogamia. E tudo bem se for assim.
Para eles, além da realização íntima, o meio liberal gerou conexões e novos negócios. O que antes era fetiche, agora também é trabalho.
Há quatro anos, os dois começaram a produzir conteúdo erótico para alimentar seus perfis em redes sociais para swingers, como o Sexlog, o CRS e o SalaZ. A ideia era conhecer outros casais. Com o tempo, eles perceberam que poderiam monetizar o material que produziam, e então criaram contas no Privacy e no OnlyFans.
"Desde que a gente começou, já foi produzindo conteúdo. São fotos de exibicionismo, trechos das nossas transas, basicamente isso. A monetização começou recentemente, de março pra cá, e já faz parte da nossa renda."
Entre likes e cifrões
Nas redes, os dois garantem que não sofrem assédio ou ofensas --exceto quando se expõem em plataformas tradicionais.
"Quando damos entrevistas em plataformas que não são voltadas para o público +18, aparecem os haters, as pessoas que não entendem e não querem entender o ponto de vista do outro, o estilo de vida do outro. Mas pra gente não muda nada. Queremos falar pra quem quer ouvir, e não pra quem não quer. Pra quem não quer, não adianta", diz Renato.
"A gente não entra em embates fervorosos. O bacana de ser liberal, ter uma mente liberal, é que você passa a entender o outro e não querer julgá-lo", pontua.
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