Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que fazer com livros e textos escritos por intelectuais assediadores?
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Como receber a notícia de que um intelectual renomado de uma importante universidade foi acusado de assédio por algumas ex-alunas?
Como escutar essa notícia sem desconsiderá-la ou diminuí-la e sem, por outro lado, transformá-la em um massacre virtual? Como garantir ao suposto agressor o direito a uma defesa justa como é de direito?
Como interpretar uma denúncia dentro de seu contexto, o de uma instituição estruturalmente machista? Há, no mundo de hoje, alguma associação de estudo ou trabalho que já tenha conseguido deixar de ser estruturalmente machista?
Como desimpregnar o mundo da combinação desastrosa de machismo e racismo com capitalismo? O que sobraria? Ainda teríamos onde pisar?
Como questionar estruturas, por mais nefastas que sejam, sem perder o chão? Seria mesmo chão o que perderíamos ou apenas a falsa sensação de segurança — necessária para a manutenção dessas mesmas estruturas?
Como distinguir o prestígio conquistado pelo privilégio de ser homem de um reconhecimento merecido? Como, no segundo caso, manter acesas suas ideias sem reforçar seus privilégios?
Como lidar com o conhecimento sem endeusar quem o produz? Como lidar com o conhecimento sem execrar quem o produz?
É possível separar vida e obra?
É necessário separar vida e obra?
É perigoso separar vida e obra?
Como pensar em tempos de internet? Como manter contas em redes sociais e não aderir ao comportamento de manada?
Há alguma mulher que não tenha sido vítima de assédio? Há algum homem crescido e formado numa sociedade machista que não tenha jamais sido abusivo?
Como cuidar das infinitas vítimas de assédio? Como escutá-las, legitimar sua dor e protegê-las? Como ajudar uma mulher a reconhecer comportamentos abusivos? Como separar as tantas vítimas da minoria que faz falsas denúncias e prejudica, muito além de reputações, a própria luta contra o assédio?
Como viver e trabalhar em um ambiente de clima persecutório, tanto para homens quanto para mulheres? Como transformar exemplos individuais em reflexão e em proposição, em vez de medo? Como contribuir para a transformação do próprio exemplo individual?
Como mudar? A mudança é individual, coletiva ou ambas?
O cancelamento favorece a mudança ou opera segundo a mesma lógica do que cancela?
Que bom seria ter todas essas respostas.
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