Morte de Tom Veiga: buscar culpados não alivia a dor em meio à tragédia
A morte do ator Tom Veiga, que interpretava o papagaio Louro José, foi um choque para fãs, amigos e boa parte dos brasileiros. Afinal, ele só tinha 47 anos e morreu de modo inesperado, vítima de um AVC. É chocante também saber que o ator, que deu vida ao personagem alto astral e era relatado pelos amigos como uma pessoa cativante e alegre, pudesse sofrer de depressão.
Em entrevistas, amigos relataram que Tom enfrentava uma longa batalha contra a depressão.
Assim que a morte foi do ator anunciada, na tarde de domingo, começou-se a especular qual seria a causa. A falta de informações —já que era preciso aguardar o laudo do IML que definiria a causa da morte— fez com que se cogitasse suicídio (que não foi). Com isso, a ex-mulher do ator, Cybelle Costa, separada há poucas semanas do ator, passou a sofrer ataques e ameaças na internet.
Repetindo: não foi suicídio. E, se fosse, não seria culpa de mulher nenhuma. Nem de ninguém, já que depressão é uma doença que mata. Então, não foi "o fim de um casamento" que causou a morte do ator. Não temos esse poder, não.
Tom e Cybelle se separaram em setembro depois de um casamento que durou oito meses. Os motivos para o fim? Não sabemos e não importa.
Agora, não é justo que a mulher seja culpada por ter se separado de um homem.
Infelizmente não é novidade que mulheres sejam culpadas por "não cuidar" da saúde de seus parceiros e exs ou por "abandonar um homem em um momento difícil", como se fossem responsáveis pela saúde mental e física deles. Não são.
Apenas para citar exemplos recentes: Luiza Sonza foi destruída nas redes por se separar do humorista Whindersson Nunes depois de ele anunciar que sofria de depressão. Meses atrás, Kim Kardashian foi responsabilizada pelo surto bipolar do marido, o rapper Kanye West.
Vamos lá: transtornos psiquiátricos não são doenças "causadas" por outras pessoas. E mulheres não têm o poder de curar os parceiros. O que as pessoas fazem, no geral, é tentar ajudar. E, nesse caso específico, simplesmente não sabemos como se deu esse processo, por isso julgar não é uma opção justa.
Cada um de nós é responsável por cuidar de sua saúde, física e psíquica. É difícil aceitar que tragédias acontecem e que pessoas morrem jovens e de repente. Mas buscar culpados num momento como esse não torna a dor de ninguém mais fácil.
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