Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Foto modificada de Kendall Jenner viraliza: corpo irreal nunca sai de moda?
Há muitos anos, especialistas em imagem corporal estudaram o corpo da boneca Barbie e concluíram que, para ter aquelas medidas, uma mulher teria que ter tirado quase todas as costelas. Lembrei disso ao ver uma imagem compartilhada pela modelo Kendall Jenner em suas redes sociais, onde seu corpo se parece mais com o da boneca do que com ela mesma.
Há poucos dias, uma foto foi exibida pela modelo nas redes sociais como parte do backstage da campanha que ela fez com as irmãs Kim e Kourtney Kardashian para divulgar a grife de lingerie de outra irmã, a Skim. Na imagem, a modelo está linda em um biquíni vermelho. Mas sua cintura é mínima, assim como as coxas. A barriga é inexistente. Seu corpo parece tão plastificado que até a vulva da modelo desapareceu.
Desde que as imagens foram publicadas, Kendall, uma modelo de carreira brilhante e uma mulher lindíssima, tem sido muito criticada e serve de exemplo de como as modelos e influencers têm carregado nos filtros e programas que alteram a imagem, como o Photoshop, em campanhas e nas redes sociais.
Não é de hoje que o Photoshop (ou qualquer app com essa função) é um problema. Há anos revistas exageram no uso do recurso. Mas não era a hora disso acabar, ainda mais no caso de mulheres que já são maravilhosas, como Kendall? Até quando mulheres serão influenciadas por padrões de beleza que não são só impossíveis para elas, mas para qualquer ser humano, já que foram modificados digitalmente?
Se não for agora, quando será? Afinal, esse é um momento em que todo mundo fala de corpo positivo, de se aceitar do jeito que se é. Até a Barbie tem se atualizado. Sim, ano passado, a Mattel, a fabricante da boneca, lançou uma linha com Barbies plus size. Inclusive, ironia máxima, a marca para quem Kendall posou de biquíni, é, teoricamente, uma grife de moda íntima "inclusiva", que vende para tamanhos variados e encampa o discurso do corpo positivo.
Mas as Kardashian são excelentes mulheres de negócios, certo? E ter um discurso de corpo positivo, de aceitação e quebra de padrões não só está na moda como virou uma exigência de mercado. Em outras palavras, a inclusão é lucrativa.
Cada vez mais marcas colocam modelos de corpos e idades diversas em seus catálogos e desfiles, e marcas lançam linhas plus size. Mas, até onde a inclusão é real ou pela metade, como no caso das irmãs Kardashian?
Sim, só o fato das marcas se preocuparem com inclusão já é um grande passo. Muita coisa aconteceu graças às redes sociais e suas pressões. A rede que joga luz para essa diversidade é a mesma onde influencers de todos os tamanhos e países editam seus corpos com filtros para "vender um ideal".
E quem persegue esse ideal, fica como? Bem, os custos da busca do padrão impossível para mulheres são altíssimos e incluem infelicidade, privações, baixa de autoestima e distúrbios alimentares que podem levar até à morte.
Pense nisso na hora de consumir produtos de uma influencer ou de uma marca. Uma hora isso precisa acabar.
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