Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Samantha Schmütz tem perfil derrubado no Instagram. Médico assediador, não
Há mais de um mês, desde que Paulo Gustavo morreu em decorrência do coronavírus, a atriz Samantha Schmutz, que era amiga do ator, tem, mais que nunca, usado as redes sociais para se manifestar politicamente e partilhar sua indignação. Ela se posiciona contra o governo de Jair Bolsonaro, pede vacinas, uso de máscaras e criou uma celeuma ao cobrar que famosos se pronunciem politicamente nessa época da pandemia.
No domingo (13), a atriz teve sua conta do Instagram banida. Depois de muito reclamar e de artistas amigos de Samantha falarem em "censura", ela recuperou a conta e, segundo a assessoria do Instagram, o que aconteceu foi um "erro".
É curioso que esse "erro" tenha acontecido no caso de Samantha. E que perfis de pessoas como o médico Victor Sorrentino, que foi preso por assédio no Egito depois de assediar uma vendedora de uma loja com uma "piada" sexual, ainda continue ativo na rede social. Não é incrível que o Instagram permita que quem praticou crime na própria plataforma (o vídeo foi publicado no IG) continue com um perfil na rede?
No caso do médico, antes de ser preso, ele fez o que influenciadores em momentos de crise costumam fazer: colocou o seu perfil, temporariamente, em modo privado. Hoje, tudo já voltou ao normal em seu perfil. Inclusive a divulgação de tratamentos sem eficácia comprovada para o coronavírus (Sorrentino é um dos defensores do chamado tratamento precoce).
Em um post, por exemplo, ele fala sobre os benefícios da "molécula bioativa do óleo essencial de eucalipto como inibidor da infecção causada pelo Coronavírus". Em outro post, fala sobre os benefícios da vitamina D na prevenção do "K-O Wid" (Covid). Escrever o nome da doença com outra grafia é uma estratégia para evitar que o post seja apagado por ser fake news. E, pelo jeito, funciona mesmo. Ei, Instagram!
O médico é só um dos inúmeros profissionais a divulgarem tratamento sem eficácia comprovada na rede.
E esse não é o único problema do Instagram em tempo de pandemia. A rede é palco de todo tipo de comportamento de risco, como aglomeração, truque para não usar máscara e venda de peças que parecem proteger contra o coronavírus, mas não o fazem.
Máscaras de tricô, por exemplo, que não protegem contra o vírus, como já avisamos aqui, continuam bombando na rede E sendo vendidas por ali, claro, junto com outro tipo de máscara que faz sucesso atualmente, a transparente de acrílico, chamada de máscara fashion, por permitir que o rosto e a maquiagem apareçam. Essas máscaras também não são indicadas no combate ao coronavírus.
É, desde que a pandemia começou, o Instagram tem errado muito. Apagar o perfil de Samantha Schmutz foi apenas um deles.