Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Documentário consagra Juliette como Cinderela que não precisa de príncipe
Qual é o sonho de grande parte das mulheres jovens? Ganhar dinheiro, ter influência, independência e, no topo disso tudo, milhares de seguidores no Instagram - o que te permite não só ser ouvida, mas também fazer negócios. Deve ser por isso que, depois de anunciar que a advogada, maquiadora e hoje mega influenciadora Juliette Freire ganhou o "BBB 21", o apresentador Tiago Leifert disse: "você nunca mais vai se sentir sozinha na sua vida." E anunciou seu número de seguidores: 24 milhões na época da saída do programa. Hoje, o número passa de 31 milhões.
A frase de Thiago inspirou o título do documentário sobre Juliette, "Você nunca esteve sozinha", que estreou hoje (29) na GloboPlay. O programa é dividido em seis episódios. No primeiro, já dá para entender parte do fenômeno da moça: como diz o ator Selton Mello na série, Juliette é uma "Cinderela contemporânea''. E a melhor parte disso é que uma Cinderela moderna como ela não precisa de príncipe. Ela mesma, cercada de amigos e profissionais, começou a construir sua independência e a cuidar da família. Príncipe para que?
Juliette é uma Cinderela porque sim, sofreu na vida e sobreviveu à pobreza. O primeiro episódio da série mostra, com depoimentos de amigos e familiares, a vida dessa menina animada, comum, mas também extremamente pobre.
A ex BBB é filha de uma cabeleireira que "essa sim conheceu a miséria", como diz, e tem quatro irmãos por parte de pai. Todos foram criados por sua mãe, assim como Julienne, a melhor amiga e irmã colada com Juliette, que morreu com apenas 17 anos de um AVC. Juliette, com os irmãos, ensinou a mãe a ler e não tinha dinheiro para nada.
O primeiro episódio da série é focado na infância difícil da "rainha dos cactos", nome de seu fã-clube. Mas já dá uma prévia do "final feliz", ao mostrar Juliette se formando em Direito.
É incrível que jovens que vieram de um ambiente de pobreza como ela tenham conseguido isso. Juliette é da geração Prouni, aquela que pode entrar na universidade pela primeira vez na história da família. As mulheres dessa geração costumam ser super conscientes. Juliette é uma delas.
A maioria dos telespectadores não sabia tudo isso quando se apaixonou por Juliette assistindo ao BBB. Mas mesmo dentro do programa, ela também era a gata borralheira.
No Big Brother Brasil, Juliette Freire foi alvo dos mais variados bullyings. Ela sofreu xenofobia, foi chamada de louca e deixada de lado. Juliette era tratada como "café com leite" pelos outros participantes. Pois é. A vitória de Juliette ainda tem gostinho de vingança. No caso, ela se vingou por todas nós que também não somos campeãs em tudo e já sofremos bullying.
Juliette superou tudo isso e saiu por cima, mas mesmo assim admitindo as suas fraquezas e não se fazendo de heroína. Mais Cinderela moderna, impossível. Seu sucesso é realmente merecido e admirável.