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Nina Lemos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Cientistas provam que homens são 'alterados' e sofrem muito por amor

nicoletaionescu/Getty Images/iStockphoto
Imagem: nicoletaionescu/Getty Images/iStockphoto

Colunista do Universa

05/11/2021 04h00

Na primeira década dos anos 2000, "Sex and The City" era uma grande febre e inspiração para mulheres. O seriado, muito engraçado, virou um símbolo de como eram as mulheres urbanas e modernas mostrando as aventuras de quatro amigas que moravam em Nova York.

A personagem principal, a escritora Carrie Bradshaw, sofria muito com os fins de seus relacionamentos amorosos e vivia correndo atrás de um executivo ocupado chamado Mr. Big. Os namoros das quatro eram o prato principal do brunch que elas tomavam aos domingos. Enquanto isso, Mr. Big, ficava subentendido, estava fazendo coisas mais importantes, tipo trabalhar.

Na vida real, nós, mulheres, aceitamos que as coisas "eram assim mesmo". Somos como os personagens sempre mostraram, umas dramáticas que, quando terminavam um namoro, se entupiam de sorvete.

Só que era tudo mentira. Não somos mais dramáticas do que os homens quando terminam um relacionamento. E, no que depender de descobertas recentes de cientistas, Mr. Big sofria mais nos términos do que a Carrie.

Duas pesquisas recentes, publicadas nos últimos dias, concluíram que:

1. Mulheres sofrem menos com fins de relacionamentos amorosos do que os homens.

Sim, segundo estudo da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, os homens costumam sentir uma dor emocional maior do que as mulheres quando terminam relacionamentos.

2. Mulheres não têm mais mudanças de humor do que os homens.

Não, nem todas as mudanças de humor e estado de espírito estão ligadas a hormônios. Por isso, segundo estudo realizado pela Universidade de Michigan publicado na revista "Nature", mulheres e homens passam por um número parecido de alterações de humor durante os dias.

O estudo mediu alterações emocionais de homens e mulheres em diferentes momentos do ciclo menstrual e concluiu que todos, como são seres humanos, têm alterações de humor. Segundo os cientistas, a diferença é a maneira como fomos educados.

A sociedade aceita e espera que as mulheres sejam emocionais (e muitos aproveitam para nos chamar de loucas por causa disso). Enquanto os homens, em maioria, são educados para esconder essas emoções.

Montanhas-russas emocionais

Mas não, definitivamente, não nascemos mais "alteradas" e não somos umas montanhas-russas emocionais guiadas por ciclos hormonais. Os hormônios, por sinal, são, segundo os cientistas, apenas um dos fatores que influem na alteração de humor. E não é o mais importante.

No caso da vida amorosa, os cientistas da Universidade de Lancaster analisaram mensagens online de mais de 184 mil pessoas em sites de relacionamentos e concluíram que os homens falam mais sobre coração partido e demoram mais tempo para se recuperar do que as mulheres.

Ou seja, na verdade, o Mr. Big ficava em casa se entupindo de sorvete enquanto a Carrie trabalhava.

E, sim, a gente faz graça, mas não deixa de ser triste que a gente leve a fama de todo o drama do mundo e seja, até hoje, tirada de "instável" enquanto os Mr. Bigs, que vivem gritando uns com os outros no trabalho e no trânsito, ainda posem de centrados.