Gabriel Monteiro é acusado de abuso de menores e bolsonaristas se calam

O vídeo é de dar enjoo. Nele, o vereador Gabriel Monteiro acaricia uma menina de dez anos. Ele a abraça, beija e chega a tocar seus seios. Uma coisa nojenta, inaceitável. Essa imagem horrível foi descoberta entre vídeos do canal de YouTube do vereador, que tem mais de 6 milhões de seguidores, e causou escândalo entre as pessoas "normais" no início da semana.

Essa nova monstruosidade atribuída ao vereador apareceu depois de Gabriel ser acusado de abuso moral e sexual e estupro. Ele também tem acusações por manipular vídeos.

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Na semana passada, o Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro iniciou um processo contra ele. Monteiro também foi denunciado pelo Ministério Público e é investigado pela polícia por uma acusação de divulgar um vídeo onde fazia sexo com uma menor de idade.

Inaceitável, já que somos todos contra abuso de mulheres e pedofilia, certo? Mais ou menos. Desde que as denúncias contra Gabriel vieram a público, Gabriel não para de ganhar seguidores no Instagram. Até agora, foram cerca de 240 mil. E seus aliados, os conservadores, que vivem bradando que exposições de arte ou capas de livros podem levar à pedofilia, se calaram.

Era de se esperar que seus aliados condenassem suas atitudes imediatamente. Ainda mais no caso de Gabriel, que foi eleito com votos e apoio de ultra conservadores, aqueles que se dizem defensores da família, da moral e dos bons costumes.

O vereador é aliado do presidente Jair Bolsonaro (inclusive eles são do mesmo partido, o PL) e fez parte do MBL, o grupo que acusou, por exemplo, uma exposição de arte, o "QueerMuseu" em 2018 de promover a pedofilia.

Para essas pessoas, essas manifestações artísticas "incentivariam a pedofilia". Assim como a educação sexual nas escolas.

Bem, pedofilia é abusar de uma criança. E no vídeo que roda a internet afora é isso o que Gabriel Monteiro faz. Para piorar, ele abusa de uma criança em situação de vulnerabilidade. No vídeo, ele leva a menina, que vive em condição de miséria, a um salão de beleza, como se fizesse uma caridade.

Mas até agora, seus aliados continuavam em silêncio diante de evidências tão terríveis como essa. Ou seja, aqueles que se dizem os maiores defensores da moral e dos bons costumes optaram por se calar. A única aliada de Gabriel a dar uma declaração foi a ex-ministra da Mulher e dos Direitos Humanos Damares Alves. Mesmo assim, ela pegou leve e disse que o caso deve "ser tratado com cuidado".

Acusação de abuso compensa?

E quanto aos novos seguidores? Como é possível que alguém passe a acompanhar um sujeito acusado de tantos crimes? Em suas redes sociais, ele se diz perseguido por um complô de inimigos políticos. Ele seria um homem corajoso capaz de denunciar corrupção e que hoje é vítima de armações. A imagem de "vítima" parece funcionar para essas pessoas, que são aquelas que costumam dizer que populações vulneráveis se "vitimizam".

Qualquer pessoa que realmente se preocupe com abuso contra mulheres e crianças deveria estar revoltada com o caso e levando as denúncias (que são muitas) a sério. Será que essas pessoas estão realmente interessadas em proteger as crianças? Não parece.