Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
'Todos o chamavam de pai': o inferno cor-de-rosa das exs do dono da Playboy
Talvez você se lembre do seriado "As garotas da Mansão Playboy" (Girls Next Door). O reality, que foi ao ar entre 2005 e 2010, mostrava a vida de três namoradas do magnata da Playboy, Hugh Hefner, morto em 2017. O reality era um show de machismo, apesar de ser divertido. Eu assistia. Confesso.
Na série, três garotas de 20 e poucos anos, Holly Madison, Kendra Wilkinson e Bridget Marquardt, levavam uma vida "glamourosa" dentro da mansão "Playboy", onde ocupavam o "cargo" de namoradas de Hefner, então com quase 80 anos.
Olhando de longe, já era óbvio que aquela vida era uma espécie de escravidão sexual em uma gaiola cor-de-rosa. Agora, duas delas, Holly e Bridget, criaram um podcast, "Girls Next Level" onde contam que a vida na mansão era isso mesmo: ser humilhada e tratada como um pedaço de carne.
As duas relatam que sofreram transtorno pós-traumático e contam que passaram mal ao lembrar de todos detalhes para gravar.
No podcast, que teve dois episódios exibidos essa semana, elas relataram que, ao contrário do que muitos imaginavam, sim, elas faziam sexo com Hefner, o que era visto com horror por elas e era algo que todas as garotas que andavam pela Playboy tentavam evitar. Elas contam também que foram escolhidas por uma "recrutadora", que escolhia as namoradas do chefe e que eram obrigadas a chamá-las de "papai".
Nesse ponto, a história lembra o horror dos assédios praticados pelo empresário Saul Klein, que foi indiciado por crimes sexuais contra meninas entre 16 e 24 anos. Saul também contava com uma "recrutadora" e fazia questão de infantilizar as meninas.
No caso da Playboy, as garotas pelo menos eram maiores de 18 anos. Mas viviam horrores em trocas de benesses
Ser "namorada" era uma espécie de trabalho, embora elas não fossem exatamente pagas para isso. Elas recebiam, antes do seriado (elas dizem que com a série a vida delas melhorou muito), uma vida de luxo, presentes e ficavam dependentes.
Já no segundo episódio, as duas relatam a rotina de sexo com Hefner. As duas contam que, no primeiro encontro que tiveram com ele, ele ofereceu para elas "Quaalude" — um remédio depressivo e hipnótico que era muito popular nos anos 70 e que também é conhecido como uma "droga para violência sexual", já que provoca sedação, ainda mais quando misturado com álcool.
O quarto de Hefner, segundo elas, era uma bagunça, com vibradores e mulheres espalhados por todo canto. O relato de Holly sobre a sua primeira vez com o "ex namorado" dá uma ideia do horror.
"Eu estava deitada em uma cama e tinham várias mulheres e vibradores. Todos os chamavam de papai. Eca. Até que a recrutadora disse: "papai, você quer testar a nova garota?" Cinco minutos depois, ele estava em cima de mim. Foi nojento".
Bridgette fez um relato parecido: "Era nojento, durava um minuto e tinham várias mulheres que eu não conhecia junto. Mas eu apenas fiz. No dia seguinte estava enjoada".
Com o tempo, piorava, segundo Holly, "é impossível descrever o horror que é estar em uma cama, fazendo sexo, com mulheres em volta falando mal de você de um jeito que você consegue escutar."
E por que elas entraram nessa? As duas sonhavam em ser capa da revista e viam a Playboy como algo glamouroso. Passaram a frequentar festas na mansão e, depois de chamadas para sair com Hefner (um ritual, já que várias mulheres eram convidadas e tinham que esperar no saguão da mansão, onde saíam em limousines).
As duas foram escolhidas pela tal "recrutadora". Aceitaram. E, depois, pelo jeito, ficou difícil de sair. Esses detalhes ainda serão revelados nos próximos episódios do podcast. Mas já dá para ter certeza de que a vida que elas levavam era um pesadelo em tons de rosa. No centro dele, um homem milionário que, segundo diz a lenda, "adorava" mulheres.
Como se isso fosse adorar. Terrível.
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