Crise em casamento de Gisele prova: sobrecarga feminina não poupa ninguém

De quantas coisas uma mulher abre mão para cuidar da família e dos filhos pequenos? Quanto seguramos mais o tranco de cuidar de idosos (inclusive nossos sogros) do que nossos parceiros? Sim, estamos em 2022, mas, para a maioria das mulheres, o trabalho doméstico sobra mais para mulheres.

A sobrecarga feminina, pelo jeito, não afeta apenas nós, pessoas comuns que precisamos trabalhar e cuidar dos afazeres domésticos sem assistentes. Segundo o site americano "Page Six", Gisele Bündchen e seu marido, o astro de futebol americano Tom Brady, estariam conversando com advogados para se divorciar. A crise do casal, que tem sido noticiada há meses, teria sido causada pelo fato de Brady ter quebrado uma promessa que fez a Gisele: se aposentar e dar mais atenção à família, assim como ela, claro, já faz. Afinal, ela é mulher.

Nossa querida übermodel encerrou sua carreira nas passarelas em 2015, aos 35 anos. Seu foco principal era se dedicar à família dos dois, aos filhos Benjamin e Vivian e ao enteado John. Enquanto isso, o marido continuava em uma rotina insana de treinos. Ele mesmo admitiu que não se lembra de ter passado um Natal com a família.

Em fevereiro, ele finalmente anunciou sua aposentadoria. Na época, Gisele foi mega atacada pelos fãs do jogador. Ela foi tratada como uma bruxa má, que teria forçado um jogador a se aposentar.

Acho que qualquer mulher entende Gisele. Não é justo que só um membro do casal se sacrifique pela família. Pois Brady quebrou a promessa. E pouco mais de um mês depois de anunciar sua aposentadoria, voltou a jogar.

Qual de nós não estaria espumando de raiva em tal situação? Agora, imaginem se fosse o contrário e o jogador que tivesse se aposentado no auge enquanto a mulher trabalhava e vivia viajando por aí, sem estar presente nem no aniversário dos filhos? Ela seria considerada uma megera.

Tente imaginar se, depois de muita insistência do marido para que ela se dedicasse à família, ela falasse que sim, mas simplesmente mudasse de ideia e voltasse a uma rotina maluca de trabalho? Gisele seria odiada no mundo todo, até mais que a Meghan Markle (acusada de destruir a família real).

É revoltante. Mas a sociedade ainda tolera que homens sigam suas carreiras enquanto uma mulher cuida da família abrindo mão da sua própria. Parece um pensamento daqueles anúncios de revistas dos anos 50, onde uma mulher de avental ficava na porta sorridente dando tchau para o marido que saía para trabalhar. Nessa época, se pensava que os "precisavam ter uma carreira" e "sair para caçar", enquanto a mulher, com seu espírito maternal, cuidava da casa.

Estamos em 2022. As pessoas sabem que mulheres podem ter carreiras de sucesso e serem boas mães ao mesmo tempo (e Gisele é um exemplo disso). Mas o tratamento ainda é completamente diferente.

E, no fim, mesmo se você for milionária e tiver empregados, assistentes e toda uma estrutura que nós, plebeus, nem conseguimos imaginar como é, vai sempre sobrar mais para a mulher. É inacreditável. Força, Gisele.