Topo

Nina Lemos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Série da Netflix sobre imperatriz Sissi é escapismo ideal para época tensa

A produção alemã A Imperatriz faz sucesso na Netflix. - Divulgação/Netflix
A produção alemã A Imperatriz faz sucesso na Netflix. Imagem: Divulgação/Netflix

Colunista de Universa

12/10/2022 04h00

Se você anda perdendo o sono por causa das eleições, tem brigado com parentes e acordado angustiado com a violência política, tenho uma dica para você. Pelo menos por algumas horas, saia do Twitter e do Facebook, pare de brigar nos grupos de WhatsApp e vá assistir à série "Imperatriz", o novo sucesso do Netflix.

Como assim? Há 20 dias das eleições eu estou falando para as pessoas se alienarem? Sim, pelo menos por algumas horas por dia porque isso é necessário para a sobrevivência.

E ver "A Imperatriz" é uma ótima maneira de fazer isso. Por horas, você vai acompanhar a vida de uma personagem fascinante e real: Sissi, a imperatriz. Trata-se de Elisabeth von Wittelsbach, que foi imperatriz da Áustria entre 1854 e 1898 e ficou conhecida por ser uma das primeiras celebridades da Europa e uma mulher moderna para sua época. Ela se dedicava a causas humanitárias e escrevia poesia. Podemos dizer que ela foi uma espécie de pioneira pré princesa Diana.

Sou fã da Sissi desde a infância, quando li um livro sobre ela que rodava por todas as pessoas da minha família. Aprender sobre a vida dela sempre foi relaxante. E não, não é um relaxamento bobo, já que ela era uma mulher livre, inteligente e tentando sobreviver em um mundo onde casamentos eram escolhidos e mulheres eram submetidas a testes de virgindade antes de se casar.

A nova série que conta a vida da Imperatriz foi produzida na Alemanha e está entre as mais vistas no Netflix. Motivos para o sucesso não faltam: as paisagens são lindas, assim como o figurino. A personagem principal é interpretada por Devrim Lingnau, que dá a vida a uma adolescente rebelde, sonhadora e rebelde que entra para uma das cortes mais severas da Europa dos anos 1800.

Sissi era filha do Duque Maximiliano José da Baviera e se apaixonou por Francisco, imperador da Áustria, de quem era prima. Quando casou, ela tinha apenas 16 anos.

A primeira temporada da série mostra justamente essa fase de adaptação dela aos rigores da corte e sua ânsia por liberdade. A história é leve, mas também, como mencionei não é boba. O machismo é retratado ali, assim como a gigante desigualdade social (enquanto Sissi tinha um casamento de sonhos, a população do país passava fome).

"A Imperatriz" vem para ocupar o mesmo lugar que séries sobre nobreza e casamentos à moda antiga como "Bridgeton". Sim, são histórias de princesas, condessas, nobres. Mas, ao contrário dos contos de fadas, essas são mulheres que não são totalmente felizes com as vidas de luxo que levam, cheia de tabus, machismo e regras que mantinham as mulheres presas. Ou seja, nem na corte de Sissi a vida era um conto de fadas.

Mesmo assim, a série é um relaxamento e tanto em épocas de tensão eleitoral. Testei esse conselho. E funcionou.