Existe internet segura para crianças?
Nessa época de pandemia em que pais e mães passaram a trabalhar home-office, dividindo o espaço digital com crianças ainda muito pequenas num EAD forçado e muitas vezes sem sentido, cresceu novamente a discussão sobre o uso ilimitado de dispositivos eletrônicos por pequenos seres humanos ávidos por diversão, novidades e atenção.
Faço questão de começar esse texto dividindo com vocês o que deu ruim aqui em casa: quando começou essa loucura toda, eu e Paulo nos vimos mergulhadas em incertezas. O primeiro impulso foi MINIMIZAR AS ANSIEDADES. E ainda é, confesso, mas, agora, com uma abordagem diferente da primeira.
No início, deixamos Jade, de 8 anos, e Rael, de 5, usarem jogos de celular e youtube livremente. Enquanto isso, nos ocupávamos com o pagamento das contas, a higiene, a alimentação, a situação política e os cuidados com os mais velhos.
Funcionava muito bem, enquanto o celular e o Youtube estavam disponíveis, mas, na hora de iniciar aula on-line, nos momentos de almoço, de jantar e de dormir era choro, irritação, bater de portas e ranger de dentes. O famoso efeito chupeta que desempenha muito bem a função de acalmar enquanto está à disposição.
A opção internet livre-demanda foi uma solução atípica aqui em casa para um período atípico também, já que eu sempre tomei bastante cuidado em relação ao consumo digital. Disse várias vezes que precisamos deixar de relacionar a internet a um não-lugar, um universo digital e irreal. O virtual está cada vez mais concreto e presente na nossa vida e, consequentemente, das nossas crianças. É o lugar de encontro com amigues, onde pequenininhes criam histórias, brincadeiras, fazem ídolos.
O uso de telas ajuda mães, pais e crianças nos estudos, lazer, contato com familiares e amizades que precisam se manter distantes em prol de um bem estar físico comum. É momento de deixar a autocrítica um pouco de lado, sim, e entender as especificidades desse tempo. Mas como fazer isso com segurança e de forma saudável para as crianças?
O que me ajudou por aqui foi pensar a internet como um mundo concreto. E agir como se, no on-line, as regras fossem as mesmas: há lugares seguros, aonde a criança pode navegar à vontade, locais aonde só podem ir com um adulto por perto, e espaços onde crianças não devem estar.
Por aqui, optamos por limitar e restringir horário de Youtube a 30 minutos e sempre na tela da TV, usar plataformas de streaming, onde é mais fácil propor uma curadoria de conteúdo de acordo com os valores da casa, os interesses idade e a de cada um. Planejamos um campeonato de videogame em família e o dia do cinema em casa. Uma rotina bem desenhada com horários combinados de uso de eletrônicos foi ótimo também.
Vale dizer que o site de SaferNet conta com muita informação sobre Educação Digital, e que vale respirar fundo, não se culpar e se sendo o melhor que a gente pode ser nesse momento.
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