São Paulo, você é meu verdadeiro amor bandido

São Paulo, meu verdadeiro amor bandido.
Já existe uma expressão mais moderna pra definir aquela paixão, encantamento por uma pessoa que a gente sabe que não presta?
São Paulo, seu cretino.
Me lembra um cara charmoso, rico, presunçoso, andando de terno
olhando de cima, cara amarrada
"Não interessa"
"Foda-se" é o seu jeito de amar o próximo
Ê São Paulo,
se enche de perfumes caros pra disfarçar
o quanto cheira mal
e sorri amarelo,
Gostoso e Intragável esse cara
Quando chega domingo se despe todo,
transforma suas ruas e viadutos em praia,
sorri com o sol, dança com o vento.
Quando cai a noite não dorme,
Bota a melhor roupa e vai, só vai entre bons drinks, boa comida,
dança, música.
Insaciável esse cara.
Vestido de seus grafites, gritando ganância.
Ah, São Paulo... você que se lasque, você que se vire
com suas chuvas sem tesão, seus trânsitos sem direção
É cada por si nessas ruas, né?!
Mas quando o sol bate nos arranha céus, cortando o cinza dos dias
Quando você encontra os seus em alguma esquina pra aproveitar
outras esquinas, companhias, amores
Quando você se deixa respirar fundo andando pelos parques,
se deixa lamber pela garoa.
Desfila pelas ruas, tipo passarela.
Quando se deixa seduzir pelas comidas, amizades, cultura
Quando volta depois de um tempo e vê a cidade de longe pelas janelas do avião.
Vai me dizer que não esboça um sorriso, que não se deixa levar pra cama por esse cara...
Ah... São Paulo... Seu cretino.

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