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Xan Ravelli

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Três dicas para quem precisa ter momentos a sós em casas cheias

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Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

27/03/2021 12h23

O que mais te incomoda nesse momento de isolamento social? Por aqui, em uma casa pequena com duas crianças, um cachorro, um marido, pedreiros trabalhando no quintal e uma pessoa introspectiva como eu, amante dos momentos de reclusão individual, o desafio é equilibrar não apenas as necessidades de cada um, mas adequar essas necessidades em tempos e espaços específicos — às vezes só, às vezes coletivo.

Vinicius de Moraes um dia disse: "A pior solidão é a da pessoa que não ama". E, como acontece muitas vezes, Vinicius e eu discordamos. Para mim, a pior solidão é aquela que não se permite ser vivida, seja por quem não tem o hábito de estar só, meditar e encarar a própria companhia e o autoconhecimento, seja por quem simplesmente se deixa levar pelos sons, estímulos, feed do Instagram, programação, vídeos, séries e programas infinitos passando dias, meses, anos deixando de notar o que se passa no próprio coração, na mente e no corpo.

Se você, como eu, gosta de estar sozinha, é amiga do silêncio, precisa de momentos de reflexão e entende que solitude não está necessariamente relacionada a sofrimento e é muito mais um estado de privacidade, vou dar três dicas para te ajudar a encontrar seu oásis de solidão compartilhada, seja onde for.

1. Invista em um bom fone de ouvido:

Eu amo headphones. Eles vão te blindar com suas músicas favoritas ou frequências sonoras que te ajudem a focar, se concentrar e estar presente. Dê preferência ao bluetooth, que garante liberdade aos seus movimentos. Não sei como funciona por aí, mas as crianças aqui muitas vezes só querem me sentir por perto. Então, uso o headphone para trabalhar na sala enquanto os dois arrasam no videogame.

2. Aquela sinceridade com as pessoas da casa:

Uma boa conversa explicando que, naquele momento você vai fechar a porta do quarto e passar uns minutos sozinha, porque precisa desse tempinho para ser melhor com quem mora com você. É bom e saudável que você possa ser sincera e expor o que sente para que saibam que podem fazer o mesmo sem receio de serem quem são.

3. Levantar mais cedo ou dormir mais tarde:

Há quem se identifique e pratique "o milagre da manhã", que sente e aprecia com alegria o amanhecer de mais um dia cheio de possibilidades. Há quem goste do silêncio da madrugada, de observar o mundo dormir enquanto escuta a própria alma, lê e se deixa aos poucos embalar pelo cansaço. Trinta minutos mais cedo ou 30 minutos mais tarde podem fazer maravilhas à nossa qualidade de vida.