Mãe Maravilha
29/10/2018 16h01
Kátia Resende, 34, é bancária e em 2017 foi diagnosticada com câncer de mama. Ela ainda estava amamentando seu filho, então com 8 meses. “Estávamos achando que era leite empedrado, mas era um nódulo que já estava com 8 centímetros. Era muito agressivo”.
Uma semana após o diagnóstico, Kátia iniciou o tratamento. “Foi uma semana após o meu aniversário. Eu chamava de gotinhas da cura. Por causa da quimioterapia, tive que interromper a amamentação, parte que sofri muito”. Ela conta que a mudança de planos foi o que mais exigiu do seu emocional. “Acho que chorei mais que o diagnóstico. Minha intenção era amamentar até quando ele quisesse, por uns 2 anos ou mais…”
Ao todo foram 16 quimios, 4 vermelhas e 12 brancas. É chamada “vermelha” pois ela tem essa coloração e seus efeitos colaterais são os mais fortes, principalmente a queda de cabelo. Já a branca, tem efeitos “mais leves”.
“Meu marido me ajudou bastante, me acompanhou em todo o tratamento desde o início, deixou de viver a vida dele para viver a minha. Minhas amigas me chamaram para jantar e foram todas de lenço e minha família e amigos fizeram um grupo de 140 pessoas no Whatsapp. Recebi muitas mensagens de apoio e carinho. Fizeram uma montagem com a minha foto e a mulher maravilha. Eu vesti a armadura e fui pra guerra”, conta.
Mãe Maravilha
Em 2018, Kátia precisou fazer a mastectomia bilateral e esvaziamento axilar, além de 25 sessões de radioterapia. “Fui em todas as sessões maquiada e com um sorriso no rosto. Fiz várias postagens nas redes sociais conforme começava e terminava uma etapa do tratamento”.
“Minha força e minha garra já ajudaram várias pessoas em fases iniciais. Me sinto muito orgulhosa por isso. Além disso, meu bebê nasceu careca. Como eu ia me achar feia, se meu melhor presente veio careca?”
Apesar das dificuldades pós-cirúrgicas, ela conta que levou todo o tratamento como uma eterna licença-maternidade, curtindo e cuidando de seu filho. “Quando vi, o tratamento já havia terminado. Eu nunca me senti doente, não deixei me abater em momento algum.”
Ainda restam mais seis meses para que Kátia encerre totalmente o tratamento. Seu neném já completa um ano e sete meses. “Já refiz todos os exames novamente o mês passado e está tudo normal”.
“Hoje as cicatrizes são marcas de uma vitória e tenho muito orgulho de ter vencido”
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