Nascido e criado em São João Del Rei, em MG, Rick se percebia desde criança como gay afeminado - o que era um tabu para as pessoas e para a família. Foi só quando o pai faleceu, que a mãe deixou que tivesse cabelo comprido. E isso se tornou marca pessoal e declaração de resistência. Um garoto, de cabelo comprido em uma cidade mais conservadora no interior de Minas Gerais, infelizmente tornou Rick um alvo de preconceito. Mas ele conta que se sentia tão bem e feliz com os fios crescendo que nada o abalava, nem o bullying dos colegas.
Foi só adulto que sentiu o peso de ser um homem gay, de cabelos longos, tentando se encaixar na sociedade.
"O meu cabelo durante muito tempo foi a minha identidade, para mostrar que eu não era um menino. Até entender que eu não era nem um menino, nem uma menina, eu precisava de um cabelo grande para me mostrar." Depois de entender que era uma pessoa não binária, Rick se sentiu libertado e passou a usar o cabelo como diversão. "Liberdade e cabelo é quase a mesma coisa para mim."