A febre é uma das queixas mais comuns nos atendimentos pediátricos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela é a responsável de 20% a 30% das consultas médicas, chegando a 75% nos atendimentos telefônicos e WhatsApp dos pediatras. Tamanha é a preocupação dos cuidadores em torno da febre, que o fenômeno ganhou até um termo específico, a febrefobia.
A febre acontece porque o corpo, ao reagir de uma agressão, dilata os vasos sanguíneos, para levar mais sangue ao local afetado, aumentando a produção de anticorpos e glóbulos brancos, para defender, dificultar ou até inibir a multiplicação dos agentes agressores, como vírus ou bactérias. "A febre é uma manifestação de uma resposta ao seu sistema imunológico. É um sinal de alerta para os cuidadores, de algo não está bem, mas não é uma doença", esclarece o pediatra Victor Horácio Costa, infectologista pediátrico, presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria e professor da PUC-PR.
Essa sensação de ansiedade e insegurança nos cuidadores existe porque a febre pode ser o primeiro sinal de quadros que necessitam de maior intervenção, como no caso de infecções bacterianas e urinárias, otite e pneumonia, mas, em 90 % dos casos, ela é causada por vírus e, portanto, não precisa de antibióticos, e pode ser facilmente manejada, de acordo com a SBP.