Mônica é boa atriz, inteligente, bonita e jovem - e não está na Globo. O motivo, segundo ela, é um só: "eu não quero".
"Mas não quero, no momento. Não tive uma grande oportunidade ali quando era jovem e achava que minha carreira deveria ser na TV. Fazia teste, teste, teste e eles não tinham olhos pra mim. Fiz o "Chico Total", uma tartaruga em "Caça-Talentos", novela infantil da Angélica, e depois, numa novela das oito, "Por Amor", uma secretária que ficou oito meses falando a mesma frase: "Doutor Arnaldo, dona Branca na linha C". Depois, fiz umas pontas de gostosona no "Zorra Total".
Na época desse programa, a atriz conta que estava triste, sem dinheiro, porque o que recebia de cachê não pagava suas contas - a mãe e o irmão é quem a ajudavam. Em casa, virou piada. "'Coitada, a carreira dela não andou, não aconteceu', era o papo sobre mim". Até que um dia, a mãe, figura central na vida de Mônica - feminista e ex-vereadora - falou: "Minha filha, o que você está esperando? Vai ficar dependendo do olhar, do convite do outro? Pega um caixote, vai pra uma praça, fala o seu texto e se liberta!", conta Mônica. "E aí, a minha fica caiu. Não podia esperar que os outros me olhassem. Escrevi a peça "Os Homens são de Marte..." e tudo mudou".
E aí, como Mônica gosta de dizer, ela inventou uma carreira para si. "Fui pro mundo e escrevi peça, filme e a série no GNT. E então, alguns convites surgiram na Globo. No ano passado mesmo, me chamaram pra fazer novela. Mas, hoje em dia, a minha estrada principal são os meus projetos. Acabei de estrear a peça, lanço meu segundo filme em dezembro e o seriado está indo para a quarta temporada. Agora, só aceito projetos na Globo se eles não interferirem no meu caminho principal".