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Bruxas modernas cultuam feminino e praticam magias: quem são as 'Hermiones'

Hermione é uma das bruxas mais queridas da ficção -
Hermione é uma das bruxas mais queridas da ficção

Claudia Dias e Thaís Lopes Aidar

Colaboração para Universa

31/10/2022 13h31

Aquela imagem de mulheres centenárias, que voavam em suas vassouras e tinham aparência assustadora, ficou no passado. Hoje, quem ocupa espaço na horda mística são as novas "Sabrinas", as bruxas do século 21, bem mais modernas, mas com propósitos ainda tradicionais.

"Atualmente, chamamos de 'bruxa' ou 'bruxo' todos os indivíduos que não professam uma religião oficial ou institucionalizada, mas que praticam algum tipo de magia, inspirados no paganismo ou no neopaganismo", explica a terapeuta holística e astróloga Virginia Gaia.

Segundo a mística, a história da bruxaria é também a da magia: ambas falam sobre como passamos a interpretar a natureza simbolicamente, através de rituais e culto às imagens, que promovem relações com o divino.

"Na contemporaneidade, somos bem diferentes das bruxas de antigamente, já que a internet e a tecnologia facilitaram o acesso à informação. Isso acaba retirando também um pouco do estigma e da violência sofrida pelas bruxas no passado", diz Virginia.

Porém, o propósito dessas "Sabrinas" não mudou tanto. De acordo com a especialista, as práticas e preceitos permanecem muito semelhantes, com uma mãozinha das novas tecnologias, que facilitam o acesso a fontes de pesquisa e tornam o conhecimento mais democrático.

O passado das bruxas

alto astral - Reprodução - Reprodução
Cena do filme 'As Bruxas de Salem', de 1996
Imagem: Reprodução

O culto ao feminino tem suas raízes na ancestralidade, num período anterior até mesmo às religiões monoteístas e seus cultos majoritariamente masculinos.

Virginia Gaia lembra que sempre existiram mulheres que praticam magia. Porém, o sexo feminino envolto pela feitiçaria, definitivamente, não era visto por bons olhos.

"Já houve períodos na História nos quais essa perseguição foi institucionalizada. É mais ou menos um padrão com estigmatização, satanização e preconceito com as práticas mágicas e os deuses do povo dominado", argumenta a estudiosa.

Na Idade Média, havia perseguição a qualquer crença fora dos domínios da Igreja Católica. "Depois, com os movimentos religiosos da Reforma e da Contrarreforma, os protestantes também passaram a ser perseguidos junto com os devotos pagãos", cita a astróloga.

Um dos casos de intolerância mais conhecidos é o das Bruxas de Salem. No fim do século 17, na cidade de Salem, nos Estados Unidos, pessoas de diferentes perfis foram condenadas sob acusação de bruxaria. A maioria eram mulheres.

Todo mundo é uma bruxa?

sabrina - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Assim como Hermione Granger, Sabrina Spellman e outras feiticeiras inspiradoras da ficção, a astróloga Virginia Gaia garante que todos somos bruxas e bruxos em potência.

"Basta procurar se informar, estudar e praticar de forma embasada, seja individualmente ou em grupo", diz.

Há diversos covens - grupos de prática de magia - e ordens iniciáticas que promovem eventos abertos e palestras sobre o tema.

Além do interesse nas bruxas contemporâneas e suas magias, vale entender as vertentes seguidas por elas. Isso porque há uma diversidade nos segmentos, sendo que cada um apresenta suas particularidades por trás da feitiçaria.

Segundo Virginia, existem algumas vertentes maiores: o Hermetismo ou Ocultismo (com ou sem práticas em grupo), a Wicca, a Bruxaria Tradicional e Magia do Caos.

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