8 situações de birra comuns e como lidar com a criança
Colaboração para o UOL
13/11/2015 07h05
Entre os dois e os cinco anos, com a conquista progressiva de autonomia, a criança entra em uma fase de testar os limites estabelecidos pelos adultos e a confrontá-los para fazer valer a sua vontade. Por mais que algumas birras e manhas pareçam inofensivas e engraçadinhas, os pais precisam reagir a elas de forma firme se quiserem filhos educados e que saibam viver em sociedade.
O primeiro conselho é se munir de calma, muita calma. Para se fazer ouvir pelo filho, não se pode entrar na mesma onda de descontrole dele.
Cleusa Capelossi, consultora pedagógica de São Paulo, explica que a reação dos pais diante das birras precisa ser muito bem pensada. “Não adianta bater ou colocar de castigo. É preciso repreender, mas por meio de conversa. Os adultos devem entender qual sentimento está escondido na atitude do filho e observar se para ele os limites estão claros”, diz.
A seguir nove situações bastante comuns quando se tem filhos pequenos e como lidar com elas.
Fontes: Monica Picchi, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo; Gerusa Torquato Mengarda, psicóloga especializada no atendimento a crianças e adolescentes em Florianópolis (SC), e Cleusa Capelossi, consultora pedagógica de São Paulo.
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1 - Fazer escândalo e se jogar no chão para ser atendida
Faz parte do desenvolvimento lidar com frustrações e superar os impulsos sem birra. Por isso, se seu filho se joga no chão e fica esperando sua reação, converse com ele, explicando com calma que não faz sentido fazer tanto alarde por algo que quer. Se parece evidente que a criança está com sono, fome ou insatisfeita por algo que não ocorreu como o esperado, ajude-a dizendo algo como "estou percebendo que você está com fome, não é mesmo? Então levante e vamos fazer um lanche. Não adianta ficar no chão". Nem sempre a criança sabe nomear o que está sentindo. Estimulá-la a detectar e a expor emoções e desejos é parte do processo de educar o filho.
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2 - Brincar com a comida
Esse comportamento não é de todo mal, ainda que faça uma bagunça e suje a casa. É possível, por exemplo, que a criança se divirta pegando a fatia de tomate, o ovo de codorna ou a cenoura e acabe levando o alimento à boca como uma prova de sua independência. Agora, jogar comida para fora do prato ou no chão, cuspir e acabar transformando a refeição em um momento cansativo para todos, não pode. Nesse caso, procure fazer com que seu filho encare o almoço e o jantar como um momento em que a família se reúne, conversa, descobre novos sabores e se delicia com o gosto dos alimentos.
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3 - Fazer bagunça no restaurante
Certos artifícios --como levar uma sacola de brinquedos-- podem distrair a criança, mas não farão com que ela aprenda a se comportar. Por isso, é preciso mostrar as regras de cada lugar e os limites de comportamento. Se a criança mesmo assim não se comportar, os pais não devem tolerar. É preciso conversar seriamente e mostrar o que pode e não pode ser feito. Para repreendê-la, o mais indicado é sair do ambiente e conversar a sós com o filho.
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4 - Falar errado, imitando um bebê
Se a criança não está recebendo a atenção dos adultos que gostaria, pode voltar a falar como um bebê, acreditando que assim vai ficar irresistível e receberá carinho. Também pode ser que faça isso para imitar um bebê que está por perto ou mesmo para parecer menor do que é. Mais uma vez, vale conversar antes de mais nada: "por que você está falando assim? Você já é grande!". Outra dica é, em vez de apontar o erro diretamente, repita a palavra ou a frase dita da forma correta.
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5 - Riscar as paredes da casa
As crianças adoram desenhar e ver o resultado de seus traços, e as paredes e sofás podem virar um suporte como outro qualquer para que risquem e rabisquem. Muitas vezes, elas consideram o desenho um presente para a família. Cabe ao pais ensinar os locais adequados, como lousas e folhas de papel, e pensar como proporcionar momentos prazerosos para os filhos. Que tal cobrir uma parede da casa um pedaço de papel kraft e convidar seu filho para brincar?
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6 - Morder as pessoas
Se um bebê explora o mundo pela boca --o que inclui, muitas vezes, morder os colegas--, essa não precisa ser a realidade de crianças de dois anos em diante. Situações que exigem grande adaptação --como nascimento de irmão, mudança de cidade ou separação dos pais-- podem gerar atitudes não esperadas para a idade. Para momentos como esse, é importante impor um limite físico. Primeiramente, contenha a criança, sem machucá-la, claro. Quando ela se acalmar, diga que o ato não pode se repetir porque não é legal machucar alguém. É essencial conversar na sequência do ocorrido, enquanto o episódio está fresco na memória do filho.
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7 - Bater no amigo se ele pega algo para brincar
Não é fácil para a criança pequena aprender a dividir seus objetos com outras. O processo acontece aos poucos, à medida que se deparam com desafios no convívio social. A intermediação do adulto é fundamental, porque apresenta modelos a serem seguidos. Os pais podem ensinar o filho a defender o que é dele sem agressões e mostrar que trocar temporariamente de brinquedos com um colega pode ser divertido.
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8 - Correr sem roupa pela casa para fugir do banho
A criança de dois anos em diante entende que existe hora para tudo, mas nem sempre concorda com as decisões dos adultos. A fuga do banho é um típico sinal de protesto. Para resolver a situação, experimente transformar a experiência cansativa em momento de conversa, brincadeira e relaxamento. Às vezes, a rebeldia pode ser apenas um pedido por mais atenção.