DIU: 10 fatos sobre como o método contraceptivo afeta na relação sexual
Método de contracepção competente (cerca de 99% de eficácia) e de ação duradoura, o DIU (dispositivo intrauterino) também é bastante prático. A mulher não precisa lembrar de tomar pílula anticoncepcional, trocar adesivos/anel ou aplicar injeção hormonal. Uma vez introduzido no colo do útero, previne a gravidez por um longo período: entre 5 a 10 anos a versão de cobre e 5 anos o DIU com o hormônio levonorgestrel, conhecido pelo nome comercial de Mirena.
O DIU de cobre apresenta um custo mais baixo, tem disponibilidade no SUS (Sistema Único de Saúde) e tende a produzir menstruações mais longas, volumosas e com cólicas. Trata-se de um dispositivo de plástico revestido por cobre, material que age alterando o endométrio, a camada interna do útero onde o embrião se implantaria, causando uma reação inflamatória local. Isso causa uma alteração do muco cervical, levando à dificuldade de ascensão dos espermatozoide, e ainda se gera uma ação espermicida. Já o DIU hormonal é um dispositivo cuja haste é um cilindro que libera levonorgestrel. Esse hormônio atrofia o endométrio, espessa o muco cervical e pode até inibir a ovulação em uma pequena parcela das mulheres.
Embora as chances de engravidar sejam bem reduzidas, o método não dispensa o uso de preservativo para evitar a contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Há muita dúvida, aliás, envolvendo como o DIU interfere ou não no sexo, por isso Universa consultou especialistas para sanar as principais dúvidas.
Fontes consultadas: Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP) e membro da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo); Paula Marin, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana da Clínica Viventre, em São Paulo (SP), membro da ASRM (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva e da ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia); Priscilla Caldeira, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
Dúvidas de sexo para quem usa DIU
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O DIU afeta a libido?
Não. A versão hormonal costuma diminuir o sangramento, reduzir as cólicas e levar à cessação da menstruação, o que, para alguns casais, promove maiores oportunidades de relações sexuais. E, seja qual for o tipo de DIU, especialistas relatam que como as preocupações com uma gravidez indesejada deixam de existir, algumas mulheres experimentam um aumento no prazer sexual, pois se sentem mais livres.
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Algumas posições sexuais podem remover o DIU do lugar?
Não, nem tipo e a frequência de relações sexuais não interferem na posição do DIU.
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Sangramento pós-sexo é comum? Por quê?
Sangramentos não são comuns, mas podem ocorrer devido a pequenas quantidades de sangue que estão dentro do útero e podem ser expulsas pelas contrações uterinas causadas pela relação sexual. Quando ocorrem, sempre necessitam de avaliação de um ginecologista. Muitas mulheres que usam DIU podem apresentar sangramento irregular nos primeiros meses de uso, incluindo sangramento após o sexo. Isso ocorre pela ação do cobre ou do hormônio no endométrio.
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É liberado transar logo depois da introdução do DIU?
O sexo está liberado 24 horas após a colocação do DIU. Sua inserção pode causar cólicas, mas o incômodo pode ser aliviado com o uso de analgésicos 30 minutos antes. Como essas dores podem perdurar por alguns dias, é comum que a mulher espere um pouco para transar. Os analgésicos devem continuar nesse período.
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O homem pode sentir as hastes durante a penetração?
Não é comum que o parceiro se queixe da presença do DIU, mas pode acontecer. É possível que ele sinta o fio do dispositivo no fundo da vagina durante a relação sexual. E sim, é o fio, e não a haste, pois essa fica posicionada dentro da cavidade uterina. O fio geralmente fica cerca de 2 ou 3 cm para fora do colo do útero e serve para a posterior retirada do DIU. Se esse fio for cortado muito curto ou em um ângulo reto (não reto), pode incomodar o homem e, nesse caso, o médico é capaz de encurtá-lo. Já as hastes não são sentidas, a não ser que a mulher esteja expulsando o DIU.
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O DIU pode causar algum tipo de infecção?
Há risco aumentado de DIP (doença inflamatória pélvica) nos 20 primeiros dias após a inserção. Após o período de inserção, não há risco aumentado de infecções em comparação ao de mulheres sem DIU.
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Quando o uso do DIU exige atenção e/ou consulta médica?
Após a inserção, a paciente deve procurar o médico caso tenha febre ou calafrios e dor abdominal inferior de forte intensidade. Sangramento irregular persistente, cólicas muito intensas mesmo passados os primeiros meses de inserção, percepção do fio pelo parceiro, dor durante a relação sexual, corrimento vaginal com odor ou com aspecto purulento e mais intenso são alguns sinais que exigem uma ida ao consultório. Em geral, os retornos são programados para 45 a 70 dias após a inserção. Uma consulta de controle a cada 12 meses também é essencial.
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Depois de retirado o DIU, em quanto tempo a mulher consegue engravidar?
Entre 70% e 85% das mulheres conseguem engravidar após 12 meses da retirada do DIU. No caso do DIU de cobre, o retorno da fertilidade é imediato. Já quanto ao com hormônio, por se tratar de um método mais novo, ainda não há tantos estudos de uso por longo prazo.
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O DIU pode ser usado por quem nunca teve relação sexual?
O DIU é inserido por via vaginal, mediante uso de espéculo. É possível que se coloque o DIU em mulheres que nunca fizeram sexo vaginal, mas pode não ser confortável e ainda provocar ruptura do hímen. São poucas as contra-indicações para inserção: infecção ginecológica ativa, anormalidades da anatomia do útero, gravidez presente ou suspeita, câncer de endométrio, ovários ou colo de útero e sangramento ginecológico de causa ainda desconhecida. Endometrite pós-parto e abortamento infectado nos últimos e meses também são considerados, assim como a hipersensibilidade ao princípio ativo do dispositivo.
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E se a mulher engravidar?
Embora as chances sejam mínimas, a mulher que usa DIU pode vir a engravidar. Nesse caso, uma ultrassonografia analisa se há possibilidade de retirada do contraceptivo. Se o dispositivo estiver longe do saco gestacional ele pode ser removido, preservando-se a gestação. Porém, se está próximo, a gestação segue, sendo acompanhada. Em muitos casos, a mãe expele o DIU durante a gravidez, principalmente se o dispositivo estiver localizado à frente do saco gestacional. Existe ainda o risco de o DIU romper a bolsa antecipadamente, na gravidez adiantada. O mais importante é o acompanhamento médico, porque apenas o obstetra tem condições de avaliar o que fazer em todas as situações.
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