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Do Oiapoque ao Chuí: como as marcas se adaptam ao inverno brasileiro

Do UOL, em São Paulo

20/05/2016 17h51

Em um país tão grande, com regiões tão diferentes entre si, como as marcas de moda brasileiras fazem para vender suas coleções em climas tão variados? No Sul, as temperaturas do inverno chegam perto de zero graus, enquanto no Norte e Nordeste, o sol continua brilhando forte.

Conversamos com 11 marcas presentes em todo o Brasil para saber como eles contornam essa disparidade de temperatura nas vendas de inverno.

Como as marcas fazem

  • Imagem: Divulgação/M.Pollo
    Imagem: Divulgação/M.Pollo

    Distribuição

    Saber quais são as peças certas para cada região é a principal ferramenta para orquestrar a demanda de todo país. Os representantes da M.Pollo comentam que esse é um dos maiores desafios da marca e que, para contornar as dificuldades, confiam nos consultores de venda para estabelecer o tipo de peça que será mais vendido em cada região. Já Francisco Paiva, diretor da Mamô, é simples e direto: "para atender o Nordeste com a coleção de inverno, eu diminuo a grade do que é mais pesado e aumento a quantidade de peças mais leves".

  • Imagem: Divulgação/Magrella
    Imagem: Divulgação/Magrella

    Famílias

    Outra maneira de trabalhar é criando apenas um conceito para a coleção, mas pensando em diferentes grupos dentro dela, chamados de "famílias", como faz a Magrella. "O Norte e o Nordeste tendem a comprar em maior quantidade peças leves. Então, para lá, trabalhamos a família das rendas, crepes e tecidos mais frescos. Já o Sul costuma comprar mais artigos de couro, chamois, veludo e casacos de lã", explica a diretora de estilo da marca Juana Ferreira.

  • Imagem: Divulgação/Mercatto
    Imagem: Divulgação/Mercatto

    Minicoleções

    A aposta da marca carioca Mercatto é criar minicoleções. Nesse inverno, por exemplo, foi lançada a linha "frio", oferecida somente para o Sudeste e Sul do Brasil. Yamês Reis, diretora de criação da marca, explica que nessa linha são trabalhas matérias primas mais pesadas, como flanelas, tricôs e até pelos sintéticos, que fazem sucesso nos climas mais frios mas não vendem tanto nas regiões quentes.

  • Imagem: Divulgação/Rise2life
    Imagem: Divulgação/Rise2life

    Meio termo

    Algumas marcas, como a Rise2life, preferem manter as coleções de inverno mais leves para que se adaptem bem em qualquer região do país. "5% da coleção é de peças mais pesadas, o restante é meia estação. Não trabalhamos com lã ou outros materiais pesados, preferimos jaquetas da neoprene e náilon", comenta o consultor de marketing da marca Tico Sahyoun.

  • Imagem: Divulgação/Angel
    Imagem: Divulgação/Angel

    Campanha para todos os climas

    "Como o inverno brasileiro está cada vez mais fraco, fazemos uma campanha com peças mais amenas, de forma que funcione bem em todo país. Não lançamos foto de look com casaco de lã pesado, com meia calça e bota, porque sabemos que ao chegar no Nordeste, as pessoas não vão se identificar e não vão ter desejo de compra", comenta Gerusa Koroll, estilista da Angel. Já Dayse Cristina Rux, supervisora de estilo da Quintess, conta que nas produções de fotos, a marca abre as opções e "procura mostrar que as mesmas peças podem ser usadas em climas frescos, frios ou mais quentes".

  • Imagem: Divulgação/Enjoy
    Imagem: Divulgação/Enjoy

    Marketing personalizado

    "A partir de uma campanha macro, para todo país, tratamos as particularidades ligadas a cada região. Por existirem necessidades específicas, adaptamos as ações comerciais, muitas vezes criamos mídias digitais extras exclusivas e as lojas de franquia fazem promoções independentes" diz Rose Dahis, diretora criativa da Enjoy

  • Imagem: Divulgação/Florinda
    Imagem: Divulgação/Florinda

    Roupa de verão com cara de inverno

    Tanto a Limits quanto a Florinda comentam que, na coleção de inverno, preferem criar peças frescas, com cores mais sóbrias. "Somos uma marca solar, cheia de estampas alegres. Então, usamos cores mais fechadas em peças de tecidos mais leves. Só a mudança da cor já dá o tom invernal à coleção", conta Fátima Brilhante, diretora da Florinda.

  • Imagem: Divulgação/Maresias
    Imagem: Divulgação/Maresias

    Fator ar condicionado

    "Eu não posso esperar que um representante nosso de Cuiabá venda a mesma quantidade de moletons que outro de Caxias do Sul. Mas, curiosamente, nós também vendemos blusas de frio no Mato Grosso. Como lá é muito quente, as escolas tem ar condicionado e os jovens precisam do moletom para ir à aula", comenta Simone Guedes, gerente de marketing da Maresias.

  • Imagem: Divulgação/Chilli Beans
    Imagem: Divulgação/Chilli Beans

    Atração por outros produtos

    Já parou pra pensar como uma marca de óculos de sol sobrevive no inverno? "Na Chilli Beans nós não trabalhamos com estações nas nossas coleções, mas sim com temas que elaboramos internamente. Até porque vendemos óculos de sol o ano inteiro. Temos também no nosso mix de produtos, óculos de grau, relógios, bolsas, capa de celular, fone de ouvido, etc. Com isso, conseguimos que nosso consumidor volte às nossas lojas independente se está frio ou calor, porque o produto fala mais que uma estação", explica Caito Maia, criador da Chilli Beans

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