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Materna

Acolhendo a gestante em todas as suas vertentes


14ª semana - Seu mundo, seu umbigo e suas questões

Camila Gray/UOL
Imagem: Camila Gray/UOL

Beatriz Zogaib

05/06/2024 23h03

Entre as dezenas de questionamentos e oscilações hormonais, o questionamento se você nasceu ou serve para ser mãe pode aparecer. Quer a resposta?

"Depende do que você enxerga o que é servir. O que seria suficiente para você dentro dessa função? Concorda que é uma pergunta que tem um medo por trás? Qual o medo que você sente? Qual a carga que sente?", provoca a terapeuta integrativa Michelle Occiuzzi, especialista em comportamento materno.

Uma dica é tentar entender se você tem dúvida ou se é medo. "Se existe dúvida, talvez você precise trabalhar isso internamente para essa questão não pesar em você depois. É importante trabalhar a dúvida, mas se você tem só medo, está tudo bem, é normal ter medo.

"Uma das formas de lidar com o medo é compreender que essa função, apesar de nos dar a sensação de ser eterna, não é - no sentido de que ser mãe acaba sendo muito mais sobre preparar um novo ser para que ele não precise de nós do que ter alguém dependendo de você para o resto da vida. "Se entendermos que essa função é temporária, tudo fica mais leve", diz Michelle.

Compreender que não precisa e nem deve estar sozinha é fundamental. "De forma prática, olhe ao redor e pense em quem você confia. Comece a conversar com essas pessoas que poderiam te ajudar e como você acha que precisaria dessa ajuda. "Muitas vezes, o que vamos precisar vai ser colo, disponibilidade de alguém escutar", observa Maya Eigenmann, especialista em Educação Positiva e acostumada a ajudar mães e pais na jornada de criação de filhos. Esse processo ajuda muito a tirar o peso que você pode estar sentindo ao se questionar sobre a maternidade, e ter clareza de que sozinha ninguém dá conta é um divisor de águas. É cruel exigir isso de qualquer mulher, incluindo você.

Outra dica valiosa é buscar uma rede de apoio que possa ser acolhedora e trazer tranquilidade, diferente de uma que traga mais ansiedade ainda: um dos primeiros aprendizados é entender e aceitar que nem todo mundo pode ajudar, mas que sempre tem pessoas que estão dispostas e são capazes de nos oferecer a ajuda que precisamos.

"Nas primeiras 48 horas da vida do bebê você já sente o que é ser mãe, não dá para procrastinar as urgências e necessidades dele, então como amenizar? Tendo uma rede de apoio e conversando com quem já viveu isso e que possa te tranquilizar", afirma outra especialista, a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti, que ainda nos lembra da possibilidade de contar com um profissional que possa te ajudar com dúvidas e ansiedades, caso sinta que é algo muito forte e que anda incomodando.

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Socorro, como evito cãibras

As cãibras são relativamente comuns na gravidez, especialmente nos últimos estágios da gestação, devido às alterações metabólicas. Para nossa tristeza (porém não desespero), "não há nenhuma medida farmacológica que tenha boa evidência científica", explica a ginecologista obstetra Julia Freitas. Mas há sim dicas para evitá-las ou amenizá-las. "Alongar a cadeia muscular posterior antes de dormir pode ajudar. E evite espreguiçar os membros inferiores, porque isso também pode desencadear uma contratura intensa."

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Posso pleitear mais dias de home office?

Pode, mas não significa que a empresa é obrigada a concordar. A explicação será um pouco mais longa. É uma tentativa válida se for uma necessidade sua, e é sensato pensar e conversar sobre isso - não necessariamente para colocar em prática de imediato, mas para entender como a empresa enxerga a possibilidade em um futuro próximo. Tudo vai depender dela, do regime de trabalho em que você é contratada e da atividade que costuma exercer.

"É o momento de se pensar nisso, desde que seja possível. Estamos falando de um tipo de trabalho elitista. Tem um movimento das empresas que não querem mais o home office e tem um conflito geracional, onde os profissionais mais velhos querem o presencial e os mais novos o remoto. Se puder negociar, é muito bom para o começo de vida da criança", analisa a advogada Cláudia Abdul Ahad Securato.

Lembre-se que o trabalho remoto também não pode ser prescrito pelo médico, que pode apenas dizer se você está apta ou não a trabalhar. "Não é uma competência médica. Se a gestante está apta a trabalhar e o regime de trabalho é presencial ou híbrido, ela pode tentar negociar com o empregador, mas não é uma garantia da lei porque o médico atestou isso. Se ela está apta a trabalhar, ela tem que se adequar ao regime de trabalho contratado", explica outra especialista, a advogada Adriana Strabelli.

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O que fazer agora para a barriga voltar a ser como era após o parto

Será que você precisa se preocupar com isso agora? Ou mesmo depois? "A mulher sai da maternidade e querem que ela apareça com a barriga de antes. Oras, o útero demora, em média, 40 dias para voltar ao tamanho normal. Os seios demoram mais, para aquelas que amamentam. As mulheres estão cansadas e querem conforto, não precisam ou não deveriam se preocupar em estar apresentáveis para a sociedade", comenta a terapeuta perinatal Patrícia Bressan.

Não estamos dizendo para esquecer do seu corpo físico, pelo contrário: ele precisa ser bem cuidado, mas isso não está ligado a qualquer padrão de estética. "Evidente que é importante a mulher cuidar de sua saúde, de seu corpo e de sua aparência, se assim desejar. Mas me pergunto se muitas desejam voltar à forma porque realmente querem ou porque há essa imposição", questiona Patrícia.

Se você quer cuidar da barriga desde já, existem tratamentos corporais tanto para a fase da gestação, quanto para o depois, mas é essencial uma avaliação após o parto. "Precisamos ver se a gestante ficou com diástase, que é o afastamento dos músculos abdominais, muito comum no pós-parto imediato. Como a gente faz isso? Através de um exame físico ou um ultrassom de parede de abdome. Existem tecnologias para tratar a barriguinha, tanto a parte de gordura quanto à flacidez", explica Marina Berti Yunes, fisioterapeuta e CEO do IMBY, clínica multiprofissional, focada em bem estar, estética e saúde. Alguns tratamentos não poderão ser feitos durante a amamentação, mas muitos poderão ser realizados logo após os quarenta dias pós-parto.

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"Como seria se?: um teste de gravidez e a história dividida em dois universos paralelos: um com o positivo e outro depois do negativo. Ótimo filme para refletir sobre escolhas, relacionamentos e carreira.

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jeane - acervo pessoal - acervo pessoal
Jeane Emile, 37 anos, assistente comercial, mãe de Rael, 4 anos
Imagem: acervo pessoal

"Passei tão mal que me sentia arrependida, mas engravidar foi ótimo"



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