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Acolhendo a gestante em todas as suas vertentes


2ª semana - A vida como se conhece até aqui está prestes a mudar

Camila Gray/UOL
Imagem: Camila Gray/UOL

Beatriz Zogaib

05/06/2024 23h11

Que sua vida vai mudar você já sabe, mas onde, quando, como? Do dia a dia da gestante às expectativas com o pós-parto, só há uma certeza: é preciso colo para você também. E a gente está aqui pra te dar, e dizer como deixar tudo mais confortável.

Uma das primeiras fases importantes da gravidez é conversar com seu par sobre o bebê -se o ele estiver ao seu lado na empreitada, é claro. A troca é um convite para ajustar as engrenagens da relação, a gente sabe que nem sempre ele está entendendo o que está acontecendo aí dentro e ao redor, mas vocês podem e devem conversar.

"A maternidade é um trabalho invisível, diferente do convencional: no trabalho reprodutivo, você entregou um projeto hoje, amanhã tem outro, e mais outro. Geralmente, o trabalho da maternidade é nomeado de amor, só que ele é feito com amor, mas é trabalho. O companheiro precisa entender que é exaustivo e a mulher pode buscar ajuda do parceiro, mas é necessário uma abertura dele", analisa a psicóloga existencial e filósofa Maria Silvia Logatti.

Pois é, o par pode não estar disposto a ouvir ou a entender que precisa compreender e participar mais e, aí, como não se desgastar tentando conscientizar o outro das suas necessidades?

"Acho que não seja possível não se desgastar, talvez em uma sociedade futura, porque o machismo é estrutural, então o desgaste vai acontecer. O único caminho para conseguir trazer essa pessoa para perto é a partir de um lugar de vulnerabilidade", explica a neuropedagoga, educadora parental e escritora Maya Eigenmann.

Mas não deixe de dizer se é difícil ou cansativo para você e abra espaço para descobrir se o outro também se sente assim. Pode ser difícil, porque o ideal seria que o companheiro tivesse a percepção sozinho, mas é preciso lembrar que nem todo mundo foi elucidado antes e que essa pode ser a porta para uma descoberta e o gatilho para mudanças de comportamento.

Que tal traçar em dupla um plano de ação para lidar com toda a gestação e o puerpério (é benéfico investir em terceirização de serviços ou divisão de tarefas desde o primeiro momento), ou testar a terapia "profilática" para se organizarem emocionalmente, grupos de apoio também podem funcionar, ou até cursos para futuros pais e mães. Coloque na lista aumentar a convivência com pessoas que estão vivendo a mesma situação e leituras ou filmes sobre o tema.

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Meus hábitos de beleza precisam mudar?

É interessante rever as suas rotinas de skincare e conversar com seu médico sobre todos os produtos que está usando para garantir que não oferecem riscos. Criamos uma listinha de alguns tratamentos e princípios ativos que você deve se alertar:

  • Tratamentos ou cosméticos com ácidos, retinoides, derivados de vitamina A, tretinoína ou isotretinoína. Eles são de classificação de nível teratogênico, ou seja, eles podem prejudicar a formação do feto;
  • Tratamentos para acne: é comum sofrer com acne na gestação, mas só existe um tratamento/ácido seguro para gestantes e feto, o ácido azeláico (aprovado pela Anvisa), e é essencial o uso ser acompanhado pelo dermatologista (nada de comprar produtinhos sozinha na farmácia);
  • Botox ou outros injetáveis como preenchimentos: tudo que cai na corrente sanguínea da mãe pode prejudicar o feto.

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Tenho que mudar minha rotina de exercícios?

Não necessariamente, mas maneire na intensidade. Não é recomendado atividades físicas extenuantes e é importante respeitar o corpo. Para quem tem enjoo ou azia, é preciso tomar cuidado com a liberação de ácido lático, que aumenta o desconforto estomacal. O ideal é manter uma atividade moderada, que você consiga fazer falando e que não libere tanto ácido lático, mas que traz sensação de cansaço.

Juliana Calheiros, especialista em treinos femininos e que atuou por anos com gestantes, explica que não é recomendado impacto de jeito nenhum, a não ser que a gestante já esteja habituada.

  • Corrida pode? Se já está acostumada, sim, mas converse com o educador físico e pegue mais leve até a primeira consulta;
  • Abdominal? Evite até ter uma orientação adequada, pois eles podem sobrecarregar a região do períneo;
  • Já devo pensar em fisioterapia pélvica? Se puder, com certeza. Ela ajudará durante toda a gestação, no parto e nos pós-parto;
  • Não encontro um educador físico especialista em gestante, o que faço? Aguarde o aval do médico e procure qualquer atividade que te dê prazer sem impacto. Se você já pratica musculação, pode continuar, por exemplo. Se é sedentária, aposte em caminhada em horários menos quentes;
  • Ioga pode? Depende. É seguro em termos de frequência cardíaca, mas se você for sedentária, há algumas posturas que sobrecarregam a parede abdominal e aumentam as chances de diástase pós-parto. Vale a pena conversar com um profissional que já trabalhe com gestantes.

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"A gravidez dia a dia": você vai ter um guia sobre os 280 dias de gravidez, parto e nascimento, com uma página para cada dia. Um mix de conselhos práticos e explicações.

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Mariana Moretti, 38 anos, advogada, mãe de Pedro, 6, e João, 2
Imagem: acervo pessoal

"Achava que não seria capaz de amar dois filhos da mesma maneira"



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