5ª semana - A ficha está caindo, está mudando uma chave
Muita coisa já está diferente, outras você talvez nem perceba, mas pode acreditar, aí dentro seu corpo está trabalhando a todo vapor, e você merece relaxar e se sentir bem.
Náuseas e fadigas: como trabalhar me sentindo mal?
"Tem uma questão muito falada de que gravidez não é doença, mas nessa frase está embutido algo como: comporte-se da mesma forma que se comportaria se não estivesse grávida. A gravidez não é doença, mas é um estado especial, que requer sim outros tipos de cuidado", analisa a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti.
É claro que sabemos que nem sempre (ou quase sempre mesmo!) não é possível pausar a vida profissional ou mesmo doméstica para gestar, e aí existem algumas dicas para te ajudar a continuar ativa e, ao mesmo tempo, respeitar seu corpo e os primeiros sintomas. Para começar, tente contar com uma rede de apoio desde já.
Não fomos educadas para aprender a buscar a ajuda do outro, mas a gravidez é uma fase transformadora até para praticar isso. É o que afirma a especialista em Educação Positiva Maya Eigenmann. Em casa, experimente dividir suas responsabilidades com o parceiro, levando em conta inclusive os horários que tem mais fadiga. Tem náuseas na hora de cozinhar? Peça marmita saudável, conte com a ajuda da vizinha, da mãe, da sogra. E que tal revezar com outras mães na hora de levar e buscar o filho mais velho nas atividades? Isso vai te nutrir emocionalmente, permitir tirar cochilos estratégicos e fazer com que você se sinta mais acolhida.
E você não está sozinha: assim como sono e fadiga são comuns no primeiro trimestre, náuseas são mais comuns da quarta à décima segunda semana de gestação, não ocorrendo apenas no período matinal, e variando de acordo com cada mulher.
De acordo com a American Pregnancy Association, em torno de 70% das gestantes sofrem com náuseas. Por isso, "o ideal é fracionar as refeições ao longo do dia, comendo em quantidades menores, tentando mastigar bem e facilitando todo o processo digestivo, que está mais lento por conta do corpo estar produzindo progesterona", recomenda a nutricionista Elaine Pádua. É interessante também evitar alimentos com aromas fortes e introduzir alimentos mais ácidos, como o abacaxi, que tem bromelina na composição e contribui na digestão.
Como saber se escolhi o melhor obstetra?
Está tudo bem se você está tendo dúvidas sobre o seu obstetra. O importante é tentar entender quais são suas inseguranças e se sentir segura no processo, mesmo que isso signifique trocar de médico.
"Você terá sua resposta no diálogo, tem que conversar, mostrar suas ideias e ver se são recebidas ou rechaçadas. Tem essa coisa subjetiva também, às vezes você está com o profissional que tem os requisitos que você buscava, mas algo não bateu. Ninguém é unanimidade, é normal essa experimentação, e a única maneira de saber é entendendo como o outro pensa e se faz sentido pra você", responde a ginecologista obstetra Julia Freitas.
Então não se culpe se quiser trocar de médico no meio do caminho, combinado? Só esteja confortável com a sua escolha assim que possível, mesmo que seja nas últimas semanas de gestação.
Lembrete da fotógrafa: faça a mesma foto todo mês
Esqueceu de fotografar? Calma, dá tempo! Sua barriguinha está começando a mudar mais agora, e uma dica bacana é fotografá-la todos os meses de agora em diante! De preferência no mesmo ângulo, com o mínimo de elementos na foto ou máximo de elementos iguaizinhos - para a sua barriga ser o foco dos registros. "O mais legal para essa sequência da barriga é estar no mesmo lugar e com a mesma roupa. Eu por exemplo usei um mesmo biquíni até o final. O mais fácil é fotografar em uma parede branca, com uma luz natural que entre pela janela, com o celular mesmo", Cecília Acioli, fotógrafa de gestante, parto, recém-nascido e família. Você vai precisar de:
- Um ambiente clean e com parede clara. Vale também ter ao lado um quadro, uma planta ou algo decorativo.
- Seu marido ou alguém que possa sempre fazer a mesma foto. Se não quiser depender de alguém, vale ter um suporte para celular e usar o timer! Ou fazer a mesma foto em um espelho que mostre seu corpo inteiro ou do quadril para cima
- Biquíni, lingerie, roupa de ginástica, pijama ou outra roupa que estique até o fim e deixe sua barriga à mostra
- Celular com uma boa câmera (nada muito elaborado, você pode usar aplicativos de imagem para melhorar a foto depois se precisar!)
- Luz natural ou iluminação artificial que não faça sombra no seu corpo ou na parede
Não esqueça de fotografar um mês após o nascimento: "O bebê com um mês no colo, com a barriga pós-parto fica bem legal também."
Mamas sensíveis: meus peitos não são mais meus!
É um sintoma muito comum no começo da gravidez, e muitas mulheres percebem que estão grávidas por conta dessa sensibilidade: a mama fica mais pesada e sensível ao toque e, por isso, é hora de já começar a usar sutiãs e roupas mais confortáveis.
"Se a mama também estiver ressecada, pode usar creme hidratante, à base de lanolina, e ter em mente de que a maior sensibilidade vai melhorar, ela acontece no primeiro trimestre e, em geral, perto de 12 semanas vai embora", explica a ginecologista obstetra Denise Theodosio. Se, além da sensibilidade ou se ela já passou e você (ou seu parceiro) já começou a olhar para seus seios como algo "do bebê", a dica é o diálogo: pelo fato do seio passar a ser um instrumento "materno", talvez haja a sensação de que ele é sagrado ou não pode ser tocado - mas isso é uma construção social e/ou religiosa que acaba fazendo parte do inconsciente coletivo.
"Isso tem que ser conversado entre o casal. O parceiro se sente confortável em tocar, sugar? Vamos brincar passando um óleo? Existe uma excitação na mulher, pois a sensibilidade aumenta, então o homem não precisa lamber, ele pode tocar de forma mais suave, e é algo para a mulher se permitir", sugere a sexóloga Luciane Ângelo.
"Bela maternidade": o que comer antes, durante e depois da gestação, como se preparar para o parto, como construir uma rede de apoio, como alimentar e cuidar de um bebê. Bela Gil conta sua experiência como mãe da Flor e do Nino, começando pela decisão de ter um filho até a fase da introdução alimentar.
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