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Tudo que você precisa saber sobre finanças na gestação

Camila Gray/UOL
Imagem: Camila Gray/UOL

Beatriz Zogaib

10/06/2024 18h30

Juntamos todas as dicas de finanças que aparecem nas newsletters de Materna neste texto, assim você consegue tirar suas dúvidas de forma simples, completa e organizada.

Finanças: comece a guardar dinheiro

Se sua gravidez foi planejada, o ideal era ter começado a ter uma reserva para a cobertura do período gestacional e pós-parto, incluindo gastos com saúde. Mas, se ela não foi planejada ou se não deu para começar a guardar dinheiro antes, fique tranquila: é superpossível começar a se planejar agora, separando uma quantia mês a mês. Só não perca mais tempo, combinado? E esteja atenta para benefícios que você pode já ter direito sem saber, como a licença-maternidade para MEI (microempreendedor individual) se estiver já pagando as taxas devidamente. "Para as mulheres que são autônomas, empreendedoras e MEI, reforço a ideia das reservas e do pagamento do INSS, pois há um prazo de carência de dez meses e é preciso manter os pagamentos atualizados. Se você tem algum outro tipo de empresa, converse com seu contador, para garantir que está recolhendo o INSS", lembra a educadora financeira Dina Prates. Não está em dia com os pagamentos ou não contribui? Foque na reserva!

Quanto guardar? O ideal é pensar em somar um valor de no mínimo seis meses de cobertura de custos fixos e pelo menos parte dos seus custos variáveis e, para isso, será preciso listar ambos. A parcela a ser guardada mensalmente a partir de agora vai ser definida a partir do montante que precisa ser poupado para cobrir essas despesas de seis meses. Olhe para sua realidade e entenda sua necessidade.

Onde guardar? Em investimentos que não sejam de risco - afinal, vamos precisar dessa grana uma hora, não é? Pense em renda fixa, poupança ou conta corrente digital que tenha rendimento automático, onde você consegue acessar sua reserva a qualquer momento e com a preservação do valor investido. A palavra de ordem é segurança, não rendimento. Para as contratadas CLT, a dica é quase a mesma, mas vale pensar em renda fixa com liquidez, como CDBs (Créditos de Depósito Bancário) com liquidez diária ou tesouro SELIC. E se há um prazo maior para precisar da reserva, pense em um CDB com período sem retirada do valor (seis meses, um ano, dois anos?).

Corte despesas: pequenos ajustes vão fazer diferença lá na frente

Sabe aquela assinatura de um aplicativo que você fez um dia e nem lembra? Ou aquela comprinha que você não resiste? O pedido de delivery que você costuma fazer todo final de semana? Essas pequenas reduções fazem muita diferença e você nem imagina. A educadora financeira Dina Prates dá dicas para saber o que cortar e, o melhor, onde alocar essa verba de uma forma que seja superpositiva lá na frente. "Liste todos os seus custos de vida, dividindo em duas categorias: o que é fixo (que você não consegue abrir mão e precisa pagar) e o que é variável (que são aquelas despesas que podem ou não acontecer e que temos o poder de escolha), como delivery, lazer, viagens que não estão no campo da essencialidade, alguma assinatura on-line? Dá pra reduzir isso? Não pense duas vezes", orienta. Depois disso, faça as contas de quanto precisaria guardar mensalmente caso precisasse de uma reserva por um período. Destine a verba para esse porto-seguro emergencial.

Dica financeira: como economizar no enxoval, no chá de bebê e depois dele?

Parece que não, mas tem jeito de economizar nas comprinhas do bebê sim! Quem garante isso é a educadora financeira Dina Prates. "Você vai começar a comprar roupas e móveis para receber essa criança e isso tem um custo. Às vezes, a mulher fica empolgada, mas dentro da reestruturação do seu orçamento, você pode começar a encaixar o valor do enxoval dentro do orçamento, fazendo uma lista do que é essencial. Eu sei que vai bater a emoção, que vai ter hora que você vai querer comprar muitas coisas, mas estipule uma cota pra isso e lembre que no chá de bebê você pode ganhar muitos presentes." Dicas práticas para aproveitar ao máximo esse evento e as suas compras também:

- Liste as mudanças estruturais que você precisa, como reforma de algum cômodo da casa, móveis planejados, itens de primeira necessidade mesmo, e separe a quantia para isso;

- Faça as contas de quanto você gastaria com o chá de bebê, de forma que ele não vire a festa do ano (caso você não possa arcar com isso). Veja se vale mais a pena fazer o chá de bebê em casa, em um local pago e se os gastos compensam os presentes e fraldas que você ganharia com a presença dos convidados;

- Para o chá de bebê, faça a lista de presentes com itens necessários, de primeira necessidade; isso ajudará a reduzir os seus gastos depois;

- Fale abertamente com pessoas que desejam dar presentes. Se alguém te perguntar, não tenha vergonha de contar quais itens você está precisando para o enxoval.

Dívidas: devo renegociar, já que vem mais gastos por aí?

Você não está sozinha se tem endividamento! "77% da população hoje está endividada", conta a educadora financeira Dina Prates. E atenção: as dívidas podem ser contas em atraso ou seus próximos ganhos comprometidos pelas próximas faturas do cartão. "Faça uma lista de tudo que você tem pendente e liste quais são as que podem ser negociadas. Depois, organiza as parcelas desse pagamento de forma que consiga encaixar dentro do seu orçamento mensal. Há alternativas para ganhar um bom desconto na hora de renegociar e lembre que endividadas também podem negociar", orienta Dina.

Enxoval: o que é necessário mesmo comprar?

Dicas das amigas, listas em sites especializados, recomendações de influenciadoras? Por onde começar e, o mais importante, terminar o enxoval? "Atualmente vejo inúmeras mães angustiadas com a quantidade de bugigangas consideradas essenciais para uma boa maternidade. Inseguras, sem saber por onde começar, saem comprando tudo que poderia ajudá-las a exercer seu novo papel. A maneira como nossa sociedade, capitalista, urbana, baseada nas relações de consumo, está organizada, distancia as mulheres do fundamental? Acho importante a mulher comprar o que sentir necessidade conforme a gravidez e o crescimento da criança evoluem", comenta a terapeuta perinatal Patrícia Bressan, acostumada a acompanhar gestantes do início da gestação ao puerpério.

Bons livros, com boas referências sobre gestação, parto, amamentação, pós-parto e desenvolvimento do bebê no primeiro ano podem ajudar a esclarecer dúvidas. "Como exemplos de boas aquisições cito uma boa almofada de amamentação, um porta bebê (mochila, sling, o que a mãe e o pai se adaptarem melhor), um bebê conforto de qualidade para os deslocamentos em carro", ajuda Patrícia. Uma ideia bacana é perguntar a opinião sobre os objetos para amigos e familiares que já passaram por essa experiência, e talvez pedir emprestado para testar antes de efetuar a compra. Está querendo economizar até com os itens mais básicos? Com exceção de chupeta, mamadeira, fraldas e outros de uso pessoal, você pode apostar na compra de segunda mão, privilegiando inclusive o consumo sustentável.

Depois do chá de bebê, como economizar com fraldas e mais?

Acredite: seu bebê precisará de muito pouco do mundo aqui fora e o mais importante será você. "Ele precisa de um ambiente salubre, saudável, uma mãe responsiva, e pra isso, ela precisa estar bem amparada, com saúde física e mental e assistida de bons profissionais, pela família e comunidade", afirma a terapeuta perinatal Patrícia Bressan. Tudo bem, você já sabe disso, mas a empolgação bate à porta, o que fazer? Concentre-se no que for de fato imprescindível e não se engane quanto: você não precisa comprar vários tipos de mamadeiras, chupetas, extratores de leite - até porque nem sabe se vai usar. "Cada família deve, dentro de sua realidade financeira, encontrar o que realmente necessita, ouvindo profissionais como ginecologistas, pediatras, enfermeiras e doulas, por exemplo, na tentativa de evitar gastos desnecessários", orienta a terapeuta perinatal.

Depois do chá de bebê, faça uma lista de tudo que ganhou, para determinar o orçamento do que falta. "Uma boa estratégia para economizar com fraldas e outros itens são as compras por sites, marketplaces que vendem em quantidade e permitem uma boa condição de pagamento, incluindo descontos no pagamento no pix ou pagamento parcelado", sugere a educadora financeira Dina Prates. Outra dica: reserve uma quantia mensal para mimos que pode querer comprar por pura e simples vontade, como uma mantinha que você pode se deparar na próxima ida ao shopping - isso ajuda você a não comprar mais do que deveria e, ao mesmo tempo, se permitir curtir o prazer de escolher algo que tocar seu coração. E? importante evitar exageros nas compras, pois isso pode gerar o excesso de produtos com tamanhos e necessidades diferentes das necessidades do bebê após o nascimento. Além de comprometer o orçamento com dívidas e parcelamentos futuros."