Estilista Alexander McQueen é homenageado com grande retrospectiva no Met
NOVA YORK, 3 Mai 2011 (AFP) -Gótico, exótico, nacionalista ou primitivo, mas um eterno romântico: uma imponente retrospectiva dedicada a Alexander McQueen, cuja maison criou o vestido de noiva da Princesa Catherine, será inaugurada nesta terça-feira no Metropolitan Museum (Met), em Nova York.
A exposição acontece de 3 de maio a 31 de julho, após um baile de gala de caridade organizado pelo Instituto de Indumentária do museu, com a presença de celebridades como a atriz Salma Hayek, a estilista Stella McCartney e a amada-odiada editora da Vogue América, Anna Wintour, entre outras.
"Com sua fascinação pelo macabro, o grotesco e o sublime, Alexander McQueen era nada menos que um grande artista, e está no lugar certo no museu", declarou em entrevista Andrew Bolton, curador da exposição, chamada "Beleza Selvagem".
"Com a atenção que dedicava aos detalhes e sua paixão, foi um verdadeiro gênio", disse Sarah Burton, diretora artística da maison "Alexander McQueen", que perpetua sua marca e acaba de confeccionar o vestido de noiva de Catherine, Duquesa de Cambridge, esposa do Príncipe William.
McQueen, que morreu em 11 de fevereiro de 2010, aos 40 anos, 19 dedicados a uma carreira fenomenal, era adepto de desfiles extravagantes e os organizadores da mostra quiseram reforçar esse aspecto.
Frases desse homem talentoso e complexo decoram as paredes das várias salas onde estão expostos cerca de cem modelos e outros tantos acessórios, com uma decoração escura coberta de espelhos e forro cinza.
A música ambiente lembra o vento soprando em um bosque, entremeado por suspiros eróticos de um casal. Um ventilador levanta uma saia de seda, os manequins estão cobertos por máscaras, plumas ou capacetes de esgrima.
"Tem que se conhecer as regras para transgredi-las, e para isso estou aqui, para romper com as regras dentro do respeito e da tradição", está escrito atrás de uma jaqueta de feltro decorada.
As calças são de cintura muito baixa, outra marca do estilista, e vêm acompanhadas por uma legenda: "com estas calças que cobrem apenas as nádegas quero prolongar os corpos e não apenas mostrá-los".
McQueen sentia atração pelo macabro, como mostra um paletó escrito "Jack o estripador espreita suas vítimas", apresentado em 1992 no famoso colégio St. Martins, de Londres. "A morte faz parte da vida. É triste, melancólica e romântica também. Tudo tem um fim", escreve o estilista.
Os acessórios exibidos também destacam o enfoque macabro do estilista. "Eu gosto dos acessórios principalmente por seu aspecto sadomasoquista", aparece escrito em uma das paredes.
Chapéus delirantes, feitos em sua maioria pelo designer irlandês Philip Treacy, recorrem até a "espinhas de porco-espinho forradas com couro preto e prateado".
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