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A Alta-Costura sonha com a primavera em uma Paris coberta de neve

Paris

22/01/2013 13h52

Após o jardim de delícias oferecido pela Dior no primeiro dia dos desfiles de Alta-Costura, Chanel transportou seus convidados para um bosque encantado, no segundo dia que teve como estrelas o brasileiro Gustavo Lins e o jovem estilista francês Julien Fournié.

Nesta terça-feira à tarde desfila o brasileiro Gustavo Lins, o único latino-americano membro do seleto grupo de marcas de Alta-Costura, que têm que cumprir requisitos como peças únicas e inteiramente fabricadas a mão.


O alemão Karl Lagerfeld, diretor artístico da maison fundada por Coco Chanel, sabe como idealizar uma passarela como ninguém, recriando cenários como geleiras e o fundo do mar, além de bucólicos jardins.

Para sua coleção da próxima primavera-verão, Lagerfeld transformou a grande galeria do já tradicional local de seus desfiles, o Grand Palais, e sua imensa cúpula de cristal em um bosque encantado no qual surgiam as modelos com pequenos chapéus de plumas.

Como sabe fazer há várias décadas, Lagerfeld recriou a silhueta Chanel, inconfundível por seus casacos de tweeds, que apareceram em uma grande variedade de cores, começando com branco, acompanhado por leggings brancas ou brilhantes, e passando ao parma, champanhe, azul e preto.

Entre os mais de 60 modelos apresentados, apareceram também vestidos curtos e amplos, muitos com estampas florais, acompanhados por malhas, terminando com dois vestidos de noiva muito vaporosos.

A passarela da Chanel colocou em evidência a crescente presença das abastadas compradoras dos países emergentes, da Ásia e América do Sul, como o Brasil, citadas pelo presidente da Dior, Sidney Toledano, em entrevista à AFP após o desfile da marca, que recebeu aplausos unânimes para seu estilista, o belga Raf Simons.

"O ano de 2012 foi um grande ano para a Alta-Costura. Isso quer dizer novos clientes, muito da América" (do Norte e do Sul, do Brasil), e da Ásia, que se somaram aos clientes já existentes", disse Toledano, acrescentando que a clientela é cada vez "mais jovem".

Entre as novas clientes da Alta-Costura está Emily Hwang, de 40 anos, que viajou de Cingapura para Paris para incrementar seu guarda-roupa, com quem a AFP conversou em vários desfiles.

Hwang, que tem uma empresa de investimentos e cujo marido trabalha "no setor da mineração, principalmente na África do Sul", assistiu na segunda-feira ao desfile de Maurizio Galante, que mostrou vestidos e casacos com listas e recortes, e de Giambattista Valli, que trouxe vestidos curtos com bordados florais e animal prints, casacos estruturados e grandes modelos amplos.

Na noite de segunda-feira pode ser admirada também a coleção da maison francesa Alexis Mabille, que transformou suas modelos em princesas, enquanto se esperava "com ilusão" as passarelas de Jean Paul Gaultier e dos jovens Christophe Josse e Julien Fournié, descobertos a pouco tempo, quando a Federação Francesa de Alta-Costura organizou desfiles em Cingapura, em novembro passado.

Uma novidade nos desfiles dessa temporada em Paris será a presença, na quarta-feira à noite, do estilista venezuelano Oscar Carvallo, convidado para apresentar sua coleção pela primeira vez pela Câmara de Alta-Costura parisiense.