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Peles e galochas dominam as passarelas de Londres

16.fev.2014 - Desfile da Topshop Unique mostrou casacos pesados, pele e botas de cano baixo e alta - AFP PHOTO / JUSTIN TALLIS
16.fev.2014 - Desfile da Topshop Unique mostrou casacos pesados, pele e botas de cano baixo e alta Imagem: AFP PHOTO / JUSTIN TALLIS

De Londres

18/02/2014 21h46

As peles, os plissados, o azul, o preto, as pernas desnudas, as estampas e as galochas, essenciais no forte inverno inglês, marcaram a semana da moda de Londres, que terminou nesta terça-feira (18), passando o bastão para os desfiles de Milão.

Locais importantes da Inglaterra, como as planícies de Somerset, estão embaixo d'água desde o início do ano e, em algumas regiões, esse está sendo o inverno com mais chuva em 250 anos.

Coincidindo com a chegada das inundações, a marca escocesa Hunter Original dedicou seu desfile às galochas Wellington, ou "wellies", como foram popularizadas pelo militar Arthur Wellesley (1769-1852), primeiro duque de Wellington.

A empresa, fundada em 1856, recebeu um pedido na Primeira Guerra Mundial de "botas grandes que se acomodassem a condições de trincheiras inundadas". O clima local ajudou as botas de borracha a manter sua popularidade.

"Esta atenção à indumentária de chuva é muito da atualidade", disse à AFP Caroline Rush, diretora do Conselho de Moda Britânico (BFC, em inglês), responsável pela organização da semana de moda londrina.

As peles, verdadeiras ou falsas, apareceram em todos os lugares nos quatro dias de desfiles, que começaram na última quinta-feira, após o fim da semana de moda de Nova York.

O vison preto e branco apareceu na coleção do estilista norte-americano Tom Ford e em jaquetas e casacos da marca de fast fashion Topshop Unique, enquanto que na passarela de Vivienne Westwood, mãe da moda punk, até os shorts tinham detalhes de pele.

No desfile do britânico Paul Smith, chamou atenção uma jaqueta azul-escura com franjas vermelhas.

Os plissados, que evocam uniformes escolares, cobraram novo protagonismo nas passarelas de Londres, onde foram a base dos detalhes coloridos nas saias do londrino Richard Nicoll. Também alegraram os casacos cinzas de Todd Lynn e os vestidos de modelagem ampla da jovem grega Mary Katrantzou, lembrando um acordeão.

O azul foi uma das cores dominantes junto ao preto. A sérvia Roksanda Ilincic usou as cores em vestidos e saias curtas, enquanto a marca inglesa Temperley London, da estilista Alice Temperley, recorreu a estampas clássicas em diferentes tons de azul.

O preto está sempre presente na moda, especialmente nas coleções de inverno, mas desta vez apareceu mais do que o habitual nos espetaculares laços e plissados em torno do pescoço do estilista de Hong Kong John Rocha, nos vestidos barrocos e com transparências do canadense Erdem, além dos looks em veludo, lã e caxemira de Tom Ford.

As pernas desnudas desafiaram o inverno, pelo menos nas passarelas dos cenários climatizados da semana de moda. Marcas e estilistas como Hunter, Topshop Unique e Roksanda Ilincic mostraram-nas. Ao mostrar as pernas, elevaram as botas a um papel mais importante no look.

Os estampados apareceram de forma caleidoscópica na passarela da marca ítalo-austríaca Peter Pilotto, psicodélicos no britânico Matthew Williamson e na tradicional versão caxemira em Paul Smith.

Enquanto luta por um lugar ao lado de Milão, Paris e Nova York, a semana de moda de Londres atrai cerca de 5 mil visitantes de 48 países e gera pedidos no total de mais de 100 milhões de libras (cerca de R$ 400 milhões), segundo o Conselho de Moda britânico.