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Estilista Alexander McQueen é homenageado com grande exposição em Londres

16/03/2015 18h38

Centenas de peças espetaculares desenhadas pelo estilista britânico Alexander McQueen, que se enforcou em 2010 aos 40 anos, integram uma grande exposição em sua cidade, Londres, no grande museu Victoria and Albert.

Já foram vendidas mais de 70.000 entradas para a mostra, batizada de "Beleza Selvagem", um "emotivo retorno à casa" deste estilista, nas palavras do diretor do museu, Martin Roth.

A abertura aconteceu neste sábado (14) e lá os visitantes poderão conhecer as 240 peças que ajudaram a definir o estilo diferente e, em muitas ocasiões, estranho de McQueen, na maior exposição de moda que já aconteceu no museu.

A curadora Claire Wilcox descreve McQueen como "um dos estilistas mais influentes de sua geração, que impactou com seus desfiles espetaculares e poderosos". A mostra, diz a ela, é um reflexo de sua "complexa narrativa, trabalho artesanal do mais alto nível", e sua obsessão romântica com a natureza.

Nas primeiras salas são exibidas suas habilidades técnicas, adquiridas como aprendiz em Savile Row, a rua dos melhores alfaiates de Londres e provavelmente do mundo, com seu corte preciso das curvas e silhuetas exageradas que se transformaram em sua marca registrada.

Louise Rytter, pesquisadora assistente do Victoria and Albert, explica que McQueen era um ávido consumidor de documentários sobre a natureza, o que se reflete no uso de animais em suas peças, desde pluma de faisão e ganso até cascos, cabeças de crocodilos e galhadas.

Algumas das peças são inspiradas em gazelas e outras invocam avestruzes. "Acho que a natureza o inspirava porque é imprevisível e selvagem", diz Rytter.

O lado selvagem de sua própria personalidade, recentemente descoberto em uma polêmica biografia, se expressa em uma sala cheia de manequins com máscaras de couro e vestidos gótico-vitorianos.

Inspiração para estilistas
A visão de McQueen da moda como uma forma expressiva e sua exploração de temas históricos e políticos levaram Rytter a dizer que ele pode ser classificado como um "artista no sentido mais verdadeiro".

"Introduziu tantos elementos do mundo da arte", diz Rytter, acrescentando que ele e seus colaboradores do movimento Arte Jovem Britânica (Young British Art) contribuíram para levar a cultura dominante britânica para era moderna.

Sua sensibilidade política e histórica pode ser apreciada em uma sala em que uma fila de manequins com o kilt, famosa saia escocesa fruto de seu orgulho pelas raízes familiares, estão cara a cara com um conjunto de vestidos império em vermelho, branco e dourado, com plumas, peles e joias.

A sala lembra seu desfile de 1995 "Highland Rape", "o estupro das Terras Altas" da Escócia, que explorou os maus tratos dados historicamente à esta região pelos governantes ingleses e que contribuiu para aumentar sua fama de "enfant terrible".

Como reflexo de seu amor pelo macabro, um gabinete de curiosidades mostra dezenas de roupas e acessórios extravagantes.

Na parte mais impressionante, a modelo e amiga Kate Moss aparece como um holograma gigante vestida com um de seus etéreos vestidos brancos de plumas.

Jaana Jatyri, especialista em tendências de moda e uma das primeiras a visitar a exposição, disse que a mostra vai aumentar a lenda em torno de McQueen. "Foi uma inspiração para os consumidores de moda e também para os estilistas", disse. "Ressuscitará, tenho certeza, graças à esta exposição".