Parlamento irlandês adota projeto de lei que legaliza aborto
O Parlamento irlandês adotou, nesta quinta-feira, um projeto de lei que legaliza o aborto, sete meses depois de um referendo histórico no qual os irlandeses se pronunciaram contra a proibição constitucional da interrupção voluntária da gravidez.
O texto autoriza o aborto até 12 semanas de gestação ou posteriormente nos casos de "risco para a vida" ou de "grave risco à saúde" da mulher.
Também permite a interrupção voluntária da gravidez em caso de malformação do feto que pode levar à sua morte.
O primeiro-ministro, Leo Varadkar, comemorou um "momento histórico para as mulheres irlandesas", em uma mensagem publicada em sua conta do Twitter.
Em 25 de maio, 66% dos irlandeses votaram em um referendo a favor da liberalização do aborto, uma mudança cultural neste país de 4,7 milhões de habitantes e tradição católica, três anos depois da legalização do casamento homossexual.
"Há pouco mais de 200 dias, o povo irlandês votou para revogar a oitava [emenda da Constituição irlandesa, que proíbe o aborto], para que cuidemos das mulheres com compaixão. Hoje, aprovamos a lei que transformará [este desejo] em realidade", declarou no Twitter o ministro da Saúde, Simon Harris.
Ele comemorou "um voto que põe fim às viagens solitárias e à estigmatização e que apoia as decisões das mulheres em nosso país".
Até agora, as mulheres que queriam abortar tinham que viajar para o Reino Unido.
A lei ainda deve ser promulgada pelo presidente, Michael Higgins, antes de entrar em vigor.
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