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Advogados de Harvey Weinstein não conseguem adiar seleção de júri

Harvey Weinstein ao chegar no Tribunal de Manhattan no segundo dia de julgamento -  Johannes EISELE / AFP
Harvey Weinstein ao chegar no Tribunal de Manhattan no segundo dia de julgamento Imagem: Johannes EISELE / AFP

Nova York (AFP)

07/01/2020 14h52

A defesa do ex-produtor de cinema Harvey Weinstein pediu, sem sucesso, o adiamento da seleção dos jurados que deve começar nesta terça-feira, estimando que as novas acusações criminais apresentadas na noite anterior em Los Angeles impossibilitem a escolha de um júri imparcial.

No segundo dia deste julgamento, coberto por dezenas de meios de comunicação de todo o mundo, o advogado Arthur Aidala estimou que as novas acusações contra Weinstein por agressões sexuais contra duas mulheres em 2013, anunciadas pela Promotoria de Los Angeles no início de seu julgamento em Nova York por outros crimes "não tem precedentes" e são "incrivelmente prejudiciais" para o seu cliente.

Ele considerou que as novas acusações são "um presente de Natal" para a acusação e tornam impossível a seleção de um júri "imparcial".

Mas o juiz James Burke rejeitou seu pedido, respondendo que todos os réus são considerados inocentes até o final do processo e que isso será explicado aos jurados.

No entanto, o juiz não descartou a modificação do questionário ao qual os jurados em potencial serão submetidos, se a defesa quiser incluir perguntas após a acusação na Califórnia.

Weinstein, de 67 anos, chegou nesta terça-feira à Suprema Corte de Manhattan vestindo um terno cinza, camisa branca e gravata cinza.

Estava pálido, como na segunda-feira, e caminhava com dificuldade com a ajuda de um andador, após uma recente cirurgia nas costas a que foi submetido depois de um acidente de carro em agosto.

O juiz o repreendeu por usar seu telefone celular no tribunal para enviar mensagens de texto, apesar dos avisos de que não poderia fazê-lo, e disse que ele seria preso se o fizer novamente.

"Tem havido problema todos os dias da audiência (...) É assim que você quer acabar na cadeia (...) simplesmente enviando mensagens de texto?", perguntou.

Weinstein negou ter usado o telefone na sala. "Não, não", disse, balançando a cabeça em negação quando o juiz se dirigiu a ele.

O magistrado estimou que, após duas semanas de seleção do júri, os argumentos iniciais de ambas as partes serão ouvidos em 22 de janeiro.

Quase 90 mulheres, incluindo as famosas atrizes Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, denunciaram Weinstein por assédio, agressão sexual ou estupro desde que o New York Times revelou várias acusações contra ele em 5 de outubro de 2017.

Mas Weinstein é julgado em Nova York apenas por agressões contra duas mulheres: um suposto estupro em 2013 e um suposto abuso sexual em 2006. Os outros crimes foram prescritos.

Se condenado, enfrenta uma sentença máxima de prisão perpétua. Se for absolvido, deverá ser julgado em Los Angeles pelas novas acusações apresentadas.