Topo

Defesa de Harvey Weinstein pede que júri seja 'corajoso' e o absolva

Aos 67 anos, Weinstein, caso seja declarado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua - Stephanie Keith/Getty Images/AFP
Aos 67 anos, Weinstein, caso seja declarado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua Imagem: Stephanie Keith/Getty Images/AFP

13/02/2020 18h36

A defesa de Harvey Weinstein pediu hoje ao júri, composto por sete homens e cinco mulheres, durante o seu julgamento em Nova York que "tenha a coragem" de absolver ao ex-homem forte de Hollywood das acusações de agressão sexual e estupro.

Nas alegações finais do julgamento, a advogada Donna Rotunno reclamou que a promotoria criou "um universo alternativo" no qual o produtor de cinema abusava de aspirantes a atrizes, mas que não mostraram provas suficientes que demonstrem que ele seja culpado.

"Em sua argumentação o homem forte (de Hollywood) é um vilão, e é muito pouco atraente a ponto de que nenhuma mulher se relacionaria com ele por vontade própria", afirmou a advogada.

Weinstein "era inocente quando caminhou através dessa porta. Era inocente quando as testemunhas começaram a se sentar nesse banco. É inocente agora, sentado aqui", defendeu Rotunno, em discurso direcionado aos 12 jurados que decidirão o futuro do produtor.

Aos 67 anos, Weinstein, caso seja declarado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.

Desde o último 22 de janeiro, quando o julgamento começou, seis mulheres testemunharam relatando como o ex-magnata as agrediu sexualmente, a pedido da acusação.

Ainda que Weinstein tenha sido denunciado por assédio, agressão sexual ou estupro por mais de 80 mulheres, Rotunno lembrou ao júri que devem considerar as acusações que estão em pauta somente durante o processo em âmbito penal, envolvendo a ex-assistente de produção Mimi Haleyi e a ex-atriz Jessica Mann.

O grande de Hollywood responde judicialmente por violentar a atriz Jessica Mann em 2013 e por agredir sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006.

"Peço-lhes que tomem uma decisão impopular" entre a maioria e que não se deixem intimidar ou guiados pela emoção, disse a advogada de Weinstein ao júri. "Devem bloquear o ruído" que ronda o processo, ressaltou.

A defesa apresentou ao júri mensagens eletrônicas nas quais as acusadoras se dirigem a Weinstein de forma carinhosa.

"A verdade deixa provas no papel", disse Rotunno, que no passado defendeu mais de 25 homens acusados de agressão sexual.

Ao longo do processo, a defesa buscou atacar a credibilidade das acusadoras, e insiste que as duas tiveram relações amigáveis com Weinstein durante os vários anos após as supostas acusações.

O produtor argumenta que todas as suas relações foram consensuais.