Presidente da África do Sul condena aumento de feminicídios no país
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, chamou de "atos desumanos" os assassinatos de mulheres, que aumentaram de maneira preocupante desde a flexibilização do confinamento no país, o mais afetado pelo coronavírus na África.
"Estou profundamente preocupado com o aumento dos assassinatos de mulheres jovens por homens nos últimos dias", afirma Ramaphosa na carta que publica semanalmente.
Um dos assassinatos mais chocantes foi o de uma mulher com oito meses de gravidez cujo corpo foi encontrado esfaqueado e pendurado em uma árvore na semana passada em Roodepoort, um bairro ao oeste de Johannesburgo.
Dias mais tarde, outra mulher foi encontrada morta, parcialmente enterrada sob uma árvore em Soweto.
E a polícia registrou outros feminicídios nos últimos dias.
"É uma semana sombria e vergonhosa para nós como nação", afirmou o chefe de Estado. "Percebemos com repulsa que, quando o país enfrenta a grande ameaça do coronavírus, homens violentos aproveitam a flexibilização do confinamento para atacar mulheres e crianças", acrescentou.
A África do Sul é um dos países com níveis mais elevados de violência doméstica no mundo. A cada três horas uma mulher é assassinada no país, número cinco vezes maior que a média mundial. Uma vítima em cada duas morre nas mãos de homens conhecidos ou com os quais tinham uma relação próxima.
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