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Vítimas de Weinstein receberão US$ 19 mi; advogado diz que acordo é traição

Harvey Weinstein chegando ao tribunal de Nova York para julgamento em fevereiro deste ano - REUTERS/Jeenah Moon
Harvey Weinstein chegando ao tribunal de Nova York para julgamento em fevereiro deste ano Imagem: REUTERS/Jeenah Moon

Da AFP, em Nova York

01/07/2020 09h54

Várias mulheres que sofreram assédio e agressão sexual quando trabalhavam para Harvey Weinstein, condenado por estupro e outras acusações em fevereiro, receberão quase 19 milhões de dólares (cerca de R$ 102 milhões) no âmbito de uma ação coletiva, anunciou a procuradora-geral de Nova York.

Os pagamentos, que devem ser aprovados por dois tribunais, são o resultado de uma demanda apresentada contra o ex-produtor de cinema — que atualmente cumpre uma pena de 23 anos de prisão — e o estúdio The Weinstein Company.

"Harvey Weinstein e The Weinstein Company falharam com suas funcionárias. Depois de todo o assédio, ameaças, discriminação e discriminação de gênero, estas sobreviventes finalmente receberão algo de justiça", afirmou a procuradora Letitia James em um comunicado.

O processo estabelece que Weinstein "pediu o forçou funcionárias mulheres a estabelecer contatos sexuais não desejados para manter seus empregos ou avançar em suas carreiras".

Um advogado de várias vítimas de Weinstein criticou o acordo proposto.

Douglas Wigdor — que tem entre suas clientes Tarale Wulff, uma garçonete que afirmou no julgamento de Weinstein que foi estuprada no apartamento de Nova York do ex-produtor em 2005 — descreveu o acordo como uma "completa traição".

Ele disse que, pelo acordo, Weinstein "não aceita responsabilidade por suas ações" e não pagará com seu próprio dinheiro.

Wigdor também afirmou que a proposta impede as vítimas que não desejam aceitar o acordo de buscar outras vias de compensação e que, portanto, vai contestar o mesmo no tribunal.

A declaração da procuradora-geral não menciona um acordo de 25 milhões de dólares alcançados com dezenas de mulheres em dezembro.

Weinstein foi declarado culpado em fevereiro por ato sexual criminoso e estupro, em um veredicto chave para o movimento #MeToo.

A sentença anunciada no mês seguinte representou a queda definitiva do ex-produtor de cinema de 68 anos, que foi acusado de comportamento sexual agressivo por quase 90 mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie e Salma Hayek.