Autonomia corporal é negada para 50% das mulheres em 57 países, diz ONU
Quase metade das mulheres em 57 países enfrentam restrições sobre o que podem fazer com seus corpos, seja sobre ter relações sexuais, usar anticoncepcionais, ou ter acesso à cobertura de saúde - afirma a ONU em um relatório divulgado hoje.
Os autores do relatório Estado Anual da População Mundial 2021 analisaram pela primeira vez a autonomia corporal das mulheres. Este informe é elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês).
Intitulado "Meu corpo me pertence", com subtítulo "Reivindicação do direito à autonomia e à autodeterminação", o estudo lista ataques a mulheres em 57 países: de estupro a esterilização forçada, passando por testes de virgindade e mutilação genital.
"Esta falta de autonomia corporal tem enormes implicações para além do grande dano para mulheres e meninas: uma queda potencial em sua produtividade econômica, o enfraquecimento de suas habilidades e os custos adicionais resultantes para os sistemas judiciários e atenção à saúde", alertou o UNEFPA, em um comunicado.
Segundo o estudo, apenas 56% dos países estudados têm leis, ou políticas, que promovam uma educação sexual abrangente.
"O fato de que quase metade das mulheres ainda não pode tomar decisões sobre se querem, ou não, fazer sexo, usar métodos anticoncepcionais, ou buscar serviços de saúde deve indignar todos nós", disse a diretora-executiva do UNFPA, Natalia Kanem, citada no comunicado.
"Em essência, centenas de milhões de mulheres e meninas não são donas de seus próprios corpos. Suas vidas são governadas por outros", completou Kanem.
O relatório cita 20 países, ou territórios, onde existem leis que permitem que um estuprador se case com sua vítima para escapar da Justiça. Também lista 43 países que não têm leis que regulamentem o estupro em casais, enquanto mais de 30 países impõem restrições aos movimentos das mulheres fora de casa.
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